Índice
No presente trabalho irei falar de mercado de
capitais, pois o mercado de capitais faz parte do mercado
financeiro, que também compreende, segundo uma classificação
da CVM (Comissão de
Valores Mobiliários), o mercado
de crédito, o mercado
de câmbio e o mercado
monetário. No mercado de capitais ainda podem ser negociados
os direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados
de depósitos de acções e outros derivativos
autorizados à negociação.
Pretendo introduzir conteúdos desenvolvidos acerca de mercado de capitais.
Ø Definir
mercado de capitais;
Ø Falar
do funcionamento de mercado de capitais;
Para a realização do trabalho recorri a diversas
fontes com a finalidade de reunir uma informação satisfatória e de fácil
compressão através de pesquisas na Web, consulta de obras e em revisões
bibliográficas que versam sobre o tema em destaque nas quais vem mencionadas no
fim do trabalho.
O mercado de capitais é um sistema de distribuição
de valores mobiliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de
empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas,
corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.
No mercado de capitais, os principais títulos
negociados são os representativos do capital de empresas as acções ou de empréstimos
tomados, via mercado, por empresas debêntures conversíveis em acções, bónus de subscrição
e commercial papers, que permitem a circulação de capital para custear o
desenvolvimento económico.
O mercado de capitais abrange ainda as negociações
com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos
de acções e demais derivativos autorizados à negociação. Seu objectivo é
canalizar as poupanças
(recursos financeiros) da sociedade para o comércio, a indústria e outras actividades
económicas. Distingue-se do mercado monetário que movimenta recursos a curto
prazo, embora tenham muitas instituições em comum.
Nos países
capitalistas mais desenvolvidos os mercados de
capitais são mais fortes e dinâmicos. A fraqueza desse mercado nos países
em desenvolvimento dificulta a formação de poupança, sendo
um sério obstáculo ao desenvolvimento, obrigando esses países a recorrerem ao
mercado de capitais internacionais.
2.1. Por que e como investir no mercado de
capitais
À medida que cresce o nível de poupança, maior é a
disponibilidade para investir. A poupança individual e a poupança das empresas
(lucros) constituem a fonte principal do financiamento dos investimentos de um
país. Esses investimentos são o motor do crescimento económico, que, por sua
vez, gera aumento de renda com consequente aumento da poupança e do
investimento.
E assim por diante. Assim é o esquema da circulação
de capital presente no processo de desenvolvimento económico. À medida que se
expandem, as empresas necessitam de mais e mais recursos que podem ser obtidos
por meio de: l empréstimos de terceiros; l reinvestimentos de lucros e l
participação de accionistas.
As duas primeiras fontes de recursos são limitadas.
Geralmente, as empresas utilizam-nas para manter sua actividade operacional. Mas
é pela participação de novos sócios os accionistas que uma empresa ganha
condição de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à
participação no seu capital.
Com os recursos necessários, as empresas têm
condições de investir em novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas,
melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando
toda a comunidade.
O investidor de acções
contribui para a produção de bens dos quais também é consumidor. Como accionista, ele é
sócio da empresa e se beneficia
da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros. Essa é a mecânica da
democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros.
Para operar no mercado secundário de acções, é
necessário que o investidor dirija-se a uma corretora, onde funcionários
especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação
na selecção do investimento, de acordo com os objectivos definidos pelo
aplicador.
Se pretende adquirir acções de emissão nova,
ou seja, no mercado primário, o
investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários
que participem do lançamento
das acções pretendidas.
3.1.Activos privados de renda
variável
3.1.1.
Acções
Títulos de renda variável, emitidos por sociedades anónimas,
que representam a menor
fracção do capital da empresa emissora. Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou certificados.
O investidor de acções é
um coproprietário da sociedade anónima da qual é accionista, participando dos seus
resultados. As acções são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela negociação em bolsa ou no mercado de
balcão.
3.1.2.
Tipos
3.1.2.1.
Ordinárias
Proporcionam participação nos resultados da empresa
e conferem ao accionista o direito de voto em assembleias gerais.
3.1.2.2. Preferenciais
Garantem ao accionista a prioridade no recebimento
de dividendos (algumas vezes em percentual mais elevado que o atribuído às acções
ordinárias) e no reembolso de capital, em caso de dissolução da sociedade.
3.1.3.
Formas
3.1.3.1.
Nominativas
Cautelas ou certificados que apresentam o nome do accionista,
cuja transferência é feita com a entrega da cautela e a averbação de termo, em
livro próprio da sociedade emissora, identificando o novo acionista.
3.1.3.2. Escriturais
Acções que não são representadas por cautelas ou
certificados, funcionando como uma conta corrente na qual os valores são
lançados a débito ou a crédito dos accionistas, não havendo movimentação física
de documentos.
3.1.4.
Rentabilidade
É variável. Parte dela, composta de dividendos ou
participação nos resultados e benefícios concedidos pela empresa, advém da
posse da acção; outra parte advém do eventual ganho de capital na venda da acção.
3.1.5.
Dividendos
A participação nos resultados de uma sociedade é
feita sob a forma de distribuição de dividendos em dinheiro, em percentual a
ser definido pela empresa de acordo com os seus resultados referentes ao
período correspondente ao direito.
Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito um
rateio que destina parte deste lucro para reinvestimentos, parte para reservas
e parte para pagamento de dividendos.
3.2. Juros sobre o capital próprio
As empresas, na distribuição de resultados aos seus
accionistas, podem optar por remunerá-los por meio do pagamento de juros sobre
o capital próprio, em vez de distribuir dividendos, desde que sejam atendidas determinadas
condições estabelecidas em regulamentação específica.
3.2.1.
Bonificação em acções
Advém do aumento de capital de uma sociedade
mediante a incorporação de reservas e lucros, quando são distribuídas
gratuitamente novas acções a seus accionistas em número proporcional às já
possuídas.
3.2.2.
Bonificação em dinheiro
Excepcionalmente, além dos dividendos, uma empresa poderá
conceder a seus accionistas participação adicional nos lucros por meio de uma bonificação
em dinheiro.
3.3. Direito de subscrição
É o direito de aquisição de novo lote de acções
pelos accionistas com preferência na subscrição em quantidade proporcional às
possuídas, em contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa.
3.3.1.
Venda de direitos de
subscrição
Como não é obrigatório o exercício de preferência na
subscrição de novas acções, o accionista poderá vender a terceiros, em bolsa,
os direitos que detiver.
3.4. Opções sobre acções
São direitos de compra ou de venda de um lote de acções,
a um preço determinado (preço de exercício), durante um prazo estabelecido (vencimento).
Para se adquirir uma opção, paga-se ao vendedor um prémio. Os prémios das
opções são negociados em bolsa. Sua forma é escritural e sua negociação é
realizada em bolsa. A rentabilidade é dada em função da relação preço/prémio
existente entre os momentos de compra e venda das opções.
3.4.1.
Opções de compra
São aquelas que garantem a seu titular o direito de
comprar do lançador (o vendedor) um lote determinado de acções, ao preço de
exercício, a qualquer tempo, até a data de vencimento da opção.
3.4.2.
Opções de venda
São aquelas que garantem a seu titular o direito de
vender ao lançador (vendedor da opção) um lote determinado de acções, ao preço
de exercício, na data de vencimento da opção. Como é possível ter diferentes
posições, tanto titulares como lançadoras em opções de compra e/ou opções de
venda, podem-se formar diversas estratégias neste mercado, segundo a maior ou
menor propensão do investidor ao risco. Tanto o titular como o lançador de
opções (de compra ou de venda) podem, a qualquer instante, sair do mercado pela
realização de uma operação de natureza oposta.
Os contratos são feitos de forma
individualizada entre as duas partes e as obrigações resultantes em geral não
são transferíveis. Há intermediação
financeira, no caso
o banco comercial é o intermediador entre o tomador do empréstimo e
o proprietário do recurso.
Podem ser divididos em:
- Curto prazo;
- Médio e longo prazo.
O mercado de curto prazo pode ser
dividido em três segmentos principais:
- Mercado
monetário
interbancário;
- Mercado de dívida pública;
- Mercado de dívida das empresas.
O mercado monetário interbancário
(que abrange também o mercado interbancário de títulos), é um importante
segmento do mercado monetário, integrado exclusivamente por bancos, incluindo o
banco emissor. É um mercado de grande volume de transacções diárias e de
elevada liquidez, que abrange os 12 países da União Monetária Europeia, os da zona euro. Das transacções diárias deste mercado retira-se um
importante indicador do custo do dinheiro no tempo, para prazos curtos (até um
ano): a euribor (european
interbank offer rate).
O mercado de dívida pública é o espaço de emissão e transacção
de títulos de dívida pública a curto prazo, nomeadamente bilhetes do tesouro.
Deste mercado retira-se igualmente um importante indicador do custo do dinheiro
no tempo, sem risco, a chamada yield
dos BT's.
O mercado de dívida das empresas é
constituído pelas operações de crédito bancário a curto prazo e pelo mercado de títulos de dívida
de empresas a curto prazo, o papel comercial.
O mercado de médio e longo prazo ou
mercado de capitais divide-se em:
- Mercado de capitais próprios (equity);
- Mercado de dívida.
Esta distinção não se aplica ao
mercado monetário porque os capitais próprios são fundos a longo prazo (na realidade, o capital próprio não tem prazo). Assume especial interesse o mercado
titulado de capitais próprios e especialmente o constituído pelas acções cotadas
em bolsa.
No mercado da dívida voltamos a
encontrar os segmentos de dívida pública e de dívida de empresas (dívida
bancária e mercado de obrigações). O mercado de obrigações é particularmente
importante, tanto como o mercado de acções. Porque oferece liquidez e uma base
objectiva de avaliação a estes títulos. O mercado de obrigações de dívida
pública (obrigações do tesouro) é muito significativo, em volume de transacções
e, portanto, em liquidez. Dele se extrai um terceiro indicador importante do
preço do dinheiro no tempo (a longo prazo e sem risco), a yield das OT's.
O mercado de obrigações abrange uma
variedade de títulos, desde obrigações comuns (com juros, a taxa fixa ou variável, prazo
determinado e reembolso), passando pelas obrigações perpétuas (sem prazo), de
cupão zero (sem juros periódicos), convertíveis em acções, com warrants (direitos de compra de
acções), participantes, etc.
Estas últimas são geralmente
incluídas num segmento classificado como híbrido, porque se trata de
títulos com características de títulos de capital próprios e características de
títulos de capital alheio.
4.1. Mercado de títulos
Os
contratos são mais genéricos e padronizados de forma que podem ser
transferíveis a terceiros, ou seja, tais contratos podem ser negociáveis em
mercados secundários, ganhando liquidez. Não há intermediação financeira, o banco apenas promove
o encontro entre investidores e tomadores com a cobrança de uma taxa de
corretagem.
Divide-se
em:
- Títulos de
Propriedade (Acções)
- Títulos de
Dívidas (Debentures, Commercial Papers, bônus-bonds)
5. Diferença entre Mercado de Capitais
e Mercado de Créditos
No mercado de crédito, as instituições financeiras
fazem transações com os poupadores e com os tomadores
independentemente. Utilizam uma taxa de juros maior na transação com os
tomadores do que a taxa de juros com os poupadores. Essa diferença entre taxas
dá lucro à instituição.
No mercado
de capitais, as instituições financeiras participam como prestadoras
de serviço
entre o poupador e o tomador. O tomador fornece um rendimento
directamente ao poupador, a instituição financeira organiza o contado e cobra,
de ambos ou de apenas um, uma parcela relativa ao serviço prestado.
6. Mercado primário e secundário
6.1. Mercado primário
Refere-se à emissão inicial de um título, é aqui que
o emissor toma e obtém os recursos. Os lançamentos de ações novas no mercado,
de forma ampla e não restrita à subscrição pelos atuais acionistas,
chamam-se lançamentos públicos de ações. É um esquema de lançamento de uma
emissão de ações para subscrição pública, no qual a empresa encarrega a um
intermediário financeiro a colocação desses títulos no mercado.
Para colocação de ações no mercado primário, a
empresa contrata os serviços de instituições especializadas, tais como: bancos
de investimento, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras,
que formarão um pool de instituições financeiras para a realização de uma
operação, que pode ser conceituada como sendo um contrato firmado entre a
instituição financeira líder do lançamento de ações e a sociedade
anônima, que deseja abrir o capital social.
6.2. Mercado secundário
Onde
ocorre a negociação contínua dos papéis emitidos no passado EX: Bolsa de
valores e BM&F Para operar no mercado secundário, é necessário que o
investidor se dirija a uma Sociedade corretora membro de uma bolsa
de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os mais
diversos esclarecimentos e orientação na selecção do investimento, de acordo
com os objectivos definidos pelo aplicador.
Se
pretender adquirir acções de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o
investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de
valores mobiliários, que participem do lançamento das acções pretendidas. Mais
recentemente, tem se popularizado no Brasil o uso do
home-broker, ferramenta de uso da internet para
a operação de compra e venda de activos financeiros junto às corretoras que
oferecem o serviço.
Forma
de captação de financeiras. São a base de captação de recursos das Sociedades
de Crédito e Financiamento, as conhecidas financeiras.
Ø
CDBs - Certificados de Depósitos Bancários
Ø
Forma de
captação dos bancos comerciais e de investimentos
Ø
CDIs - Certificados de Depósitos Interfinanceiros ou Interbancários
Com o trabalho realizado percebi que o mercado
de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que proporciona liquidez
aos títulos de emissão de empresas e viabiliza o processo de capitalização. É
constituído pelas bolsas de valores, sociedades
corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. Os principais títulos
negociados (título mobiliário) representam o capital
social das empresas, tangibilizado em suas acções ou ainda empréstimos tomados pelas
empresas, no mercado, representado por debêntures
que são conversíveis em acções, bónus de subscrição e outros papéis comerciais.
Esta constituição permite a circulação de capital e custeia o desenvolvimento económico.
Ø Frank
J. Fabozzi, Steve
V. Mann, Moorad Choudhry, The Global
Money Markets, Wiley Finance, Wiley & Sons (2002);
Ø Socializing
Capital: The Rise of the Large Industrial Corporation in America], William G. Roy, p. 123;
Ø
Moving markets. Shifts in trading patterns are making
technology ever more important. The Economist, 2 de fevereiro
de 2006;
Ø
União Europeia (2011). «Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 15 de maio de 2014, relativa aos mercados de instrumentos financeiros e que
altera a Diretiva 2002/92/CE e a Diretiva 2011/61/UE (reformulação)» (PDF) ;
Ø
Universidade
Federal de Santa Maria (2011). «Relação entre as dez principais bolsas de valores do
mundo e suas co-integrações».