Índice
2. Avaliação das
acções e das obrigações
2.1.1. Avaliação das acções preferenciais
2.1.2. Valoração e taxas de retorno das acções ordinárias.
2.1.2.2. Avaliação das acções com crescimento nulo de dividendos
2.1.2.3. Valor da acção com crescimento constante ou normal dos
dividendos
2.1.2.4. Avaliação das acções com crescimento anormal dos lucros e
dos dividendos
2.2.1. Valor das Obrigações em pagamentos semi-anuais
Ø Compreender a avaliação das acções e
obrigações.
Ø Conceituar
a avaliação das acções e
obrigações;
Ø Descrever
a valoração
das acções preferenciais e valoração e taxas de retorno das acções ordinárias;
Ø Explicar
o valor
das obrigações em pagamentos semi-anuais, taxa de juro de uma obrigação.
Para fazer face a realização do
trabalho foi necessário a consulta de fontes de modo a adquirir informações que
versam sobre o conteúdo em estudo.
As tais fontes incluem manuais físicos que se referem a livros e trabalhos
realizados anteriormente e manuais electrónicos adquiridos por via da internet e
os seus respectivos indicadores estão presentes na última página do trabalho,
onde estão pontuados como referências.
2.
Avaliação das acções e das obrigações
2.1. Avaliação das acções
Acção é um título é um título nominativo que
representa, uma fracção do capital social de uma empresa e o seu detentor tem
direito a receber a sua quota-parte nos lucros distribuídos anualmente.
As acções podem ser:
·
Acções ordinárias: são aquelas acções normais cujos detentores
mantêm direitos de controlo da sociedade (a propriedade da empresa) além de
outros direitos associados ao facto de ser detentor de uma fracção do capital
social da empresa. Conferem os direitos de gestão da empresa, votar sobre os
destinos da sociedade e usufruir de todos os restantes direitos particulares. O
dividendo para estas acções dependerá das políticas da empresa sobre os
dividendos e a existência de lucros.
·
Acções preferenciais: são acções que se caracterizam por
proporcionar direitos especiais aos seus possuidores; pagam dividendo fixo
previamente acordado, ao longo da sua existência. O principal direito que as
diferencia das acções ordinárias é o facto de incorporar dividendo fixo a ser
pago sempre que a empresa realize lucros, independentemente das políticas de
dividendos.
2.1.1. Avaliação
das acções preferenciais
Vp = Valor actual da acção preferencial
Dp = Dividendo de uma acção preferencial
Kp = Taxa de retorno requerida para um
investimento em acções preferenciais
Vp
= |
Dp |
|
Kp |
|
Esta
fórmula é válida para o no de anos não definido. Os pagamentos dos
dividendos são perpétuos (perpetuidade). Diz-se que são acções preferenciais
perpétuas.
Exemplo:
Seja uma acção preferencial perpétua pagando de
dividendos 8,125 Milhões por ano. A taxa de retorno requerida é de 10%. Qual é
o valor actual da acção preferencial (valor da Vp).
Dp = 8,125 Milhões
Kp = 10%
Então o valor da acção em qualquer momento do
tempo será:
Vp = 8,125/0,1
Vp = 81,25 Milhões
Conhecido Vp
e Dp podemos calcular a taxa de
retorno.
Kp
= |
Dp |
|
- Taxa de retorno requerida duma acção
preferencial |
Vp |
|
|
Neste
caso,
Kp = 8,125/81,25
Kp = 10%
2.1.2.
Valoração e taxas de retorno das acções
ordinárias.
Definições dos termos básicos usados na avaliação
das acções ordinárias:
Dt = dividendo que o accionista espera receber no
fim do ano t
Do = Dividendo mais recente já pagoD1 = Dividendo a ser pago no fim do
corrente ano
D2 = Dividendo esperado no fim do segundo ano
A estimativa do Dt pode ser diferente entre os investidores, porque o único valor
certo é o Do que já foi pago.
Dn = dividendo esperado no fim de n-ésimo ano
po = preço actual do mercado duma acção
^ |
= preço esperado das acções no ano t |
pt |
^ |
= preço esperado das acções hoje |
po |
^ |
= preço esperado das acções no final do 1º
ano |
|
|||
p1 |
|
||||
O investidor comprará uma
acção só se |
^ |
≥ |
po
(preço actual da acção) |
||
pt |
|||||
g = taxa esperada de
crescimento dos dividendos. Se os dividendos são esperados a crescer a uma taxa
constante, então g também é igual a taxa de crescimento esperada do preço da
acção.
Ks = taxa de retorno mínima aceitável, requerida
ou exigida duma acção, considerando seu risco e retornos disponíveis noutros investimentos.
^ |
= taxa de retorno esperada
pelo investidor. O investidor só vai comprar uma acção se K^s ≥ Ks. |
||||
Ks |
|||||
- |
= taxa de retorno actual ou realizada. |
|
|||
Ks |
|
||||
|
|||||
D1 |
=
rendibilidade ou rendimento esperado dos dividendos no próximo ano. |
|
|||
po |
|
||||
Se esperamos que uma acção paga o dividendo de 1 Mt
durante os próximos 12 meses e o seu preço corrente é 10 Mt, então o rendimento
esperado é de 10%.
^ |
|
|||||||||
p1 - p0 |
= g → taxa de rendibilidade esperada ou rendimento esperado dos ganhos de
capital, no próximo ano. |
|||||||||
p0 |
Se o
preço de uma acção hoje é 10 Mt e espera-se uma subida no fim do primeiro ano
para 10,5 Mt então o ganho esperado do capital é 10,5 - 10 = 0,5 e o rendimento
esperado dos ganhos de capital é 0,5/10 = 5%.
|
|
|
|
|
|
||||||||
|
^ |
^ |
|||||||||||
|
D1 |
+ |
p1
- p0 |
= Ks |
→
taxa de retorno total esperada dos dividendos e dos
ganhos de capital Neste caso seria 10%
+ 5% = 15% |
||||||||
|
p0 |
p0 |
|||||||||||
|
|
|
|
|
|||||||||
|
|||||||||||||
|
|
||||||||||||
2.1.2.1. Valoração
Os dividendos esperados são a base para o cálculo
do valor de uma acção. O valor de uma acção depende dos dividendos futuros
esperados. E como o dividendo esperado é um valor futuro, então, podemos dizer
que o valor de uma acção é o valor actualizado decorrente dos dividendos
futuros esperados. Ou seja, o preço de uma acção é determinado como o valor
actualizado dos fluxos de caixa gerados pelas acções.
Em obrigações:
|
|
||||||||||||||||||||||
|
V0
= |
I |
+ |
I |
+.....+ |
I |
|
+ |
M |
|
|
||||||||||||
|
(1+Kd)1 |
(1+Kd)2 |
(1+Kd)n |
|
(1+Kd)n |
|
|
||||||||||||||||
|
|
||||||||||||||||||||||
Quem compra uma obrigação toma o
conhecimento do período de maturação. Mas quem compra uma acção
não toma o conhecimento sobre o período de vida dessa acção. O valor da acção hoje é determinado como o
valor actualizado do fluxo infinito de dividendos.
Na acção temos um fluxo de caixa ou dividendos
infinitos porque as acções são transmissíveis de geração para geração. Uma
acção é uma perpetuidade, logo, os seus dividendos são perpétuos. Os dividendos
podem ser de valores fixos ou não.
^ |
|||||||
Em acções: V0 = P0 = Pv =
Present (Pv) ou Valor actual (VA) |
Fórmula para cálculo do valor de uma acção:
|
||||||||||||||||||
VA= |
D1 |
+ |
D2 |
+.....+ |
D∞ |
|
|
|||||||||||
(1+Ks)1 |
(1+Ks)2 |
(1+Ks) ∞ |
|
|||||||||||||||
|
||||||||||||||||||
∞ |
|
|
||||||||||||||||
VA=∑ |
Dt |
|
|
- Modelo generalizado de valoração das
acções |
||||||||||||||
(1+Ks)t |
|
|
||||||||||||||||
t=1 |
|
|
||||||||||||||||
Suponhamos que daqui a 2 anos vamos vender a
acção que temos hoje, t=2. Esperamos agora receber por ela os dividendos dos
dois anos e o preço P0 daqui a 2 anos. Reescrevendo a fórmula
anterior (modelo base) teremos:
|
||||||||||||||||
|
^ |
|
|
|
|
^ |
|
|||||||||
1. |
VA = P0 = |
D1 |
+ |
D2 |
+ |
P2 |
|
|||||||||
(1+Ks)1 |
(1+Ks)2 |
|
|
|||||||||||||
|
||||||||||||||||
|
|
|
||||||||||||||
^ |
|
|
|
|
|
|
||||||||||
2.
|
P2 = |
D1 |
+ |
D2 |
+.....+ |
D∞ |
|
|||||||||
(1+Ks)1 |
(1+Ks)2 |
(1+Ks)∞ |
||||||||||||||
Se
substituímos (2) em (1) voltaremos para o modelo base.
Há 3 hipóteses a considerar na avaliação das
acções:
a) Os dividendos são os mesmos em cada
ano/dividendos constantes/dividendos com crescimento nulo.
b) Dividendos com crescimento normal ou constante.
c) Dividendos com crescimento anormal.
2.1.2.2. Avaliação das acções com crescimento nulo de dividendos
O crescimento nulo significa que os dividendos
são constantes durante o tempo todo, isto é:
g = 0.
D1 =
D2 = D3 = …. = D∞
Assim podemos escrever:
^ |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
||
P0
= |
D1 |
|
+ |
D2 |
+.....+ |
Dn |
+....+ |
D∞ |
|
||
(1+Ks)1 |
|
(1+Ks)2 |
(1+Ks)n |
(1+Ks)∞ |
|
||||||
|
Logo, uma acção com crescimento nulo de
dividendos, é uma perpetuidade.
Apesar da acção com crescimento nulo de
dividendos fornecer um fluxo constante de dividendos, cada dividendo seguinte
tem um valor presente menor, a medida que n cresce.
Quando os valores de n ficam muito grandes, o valor presente do dividendo aproxima-se a
zero. Isto porque os efeitos dos juros futuros duma renda perpétua acabam
distorcendo o valor da acção. O risco é tanto maior quanto maior for o tempo.
Exemplo: Vamos supor que uma certa acção paga
dividendos 1,82 Milhões durante a sua vida e que a sua taxa de retorno
necessária é de 16%.
D = 1,82 Milhões
Ks = 16%
^ |
||||||||||
p0 = |
1,82 |
+ |
1,82 |
+ |
1,82 |
+ .....+ |
1,82 |
+ |
1,82 |
........ |
(1,161)1 |
(1,16)2 |
(1,16)3 |
(1,16)50 |
(1,16)100 |
= 1,57 + 1,35 + 1,17 + ......+0,001 + 0,000001
A conclusão
é que o preço de uma acção com crescimento nulo é igual a razão entre o
dividendo e a taxa de retorno.
Isto pode
ser reduzido à fórmula para uma perpetuidade:
^ |
|
|
||
P0
= |
D |
|
||
Ks |
|
|||
Assim
sendo:
^ |
|||
P0
= |
1,82 |
= 11,38 Milhões |
|
0,16 |
Podemos
também determinar a taxa de retorno esperada como sendo:
^ |
|
|
||
Ks
= |
D |
|
= 1,82/11,38 = 16% |
|
P0 |
|
|||
Se nós compramos uma acção ao preço de 11,38
Milhões hoje, e esperamos dela dividendos constantes, a taxa de retorno
esperada é K^s.
2.1.2.3. Valor da acção com crescimento constante ou normal dos
dividendos
É preciso primeiro determinar os dividendos.
g = Taxa constante de crescimento (esperada)
D1
= D0 + D0*g
D1
= D0*(1+g)
D2 = D1 + D1*g
= D0*(1+g) + D0*(1+g)*g = D0*(1+g)2
Dt
= D0(1+g)t |
||
O valor
intrínseco da acção é igual ao valor presente do fluxo dos dividendos futuros.
Se g é constante, então:
^ |
|
|
|
|
|
|
|||
P0 = |
D0(1+g)1 |
+ |
D0(1+g)2 |
+.....+ |
D0(1+g)∞ |
|
(1) |
||
(1+Ks)1 |
(1+Ks)2 |
(1+Ks)∞ |
|||||||
^ |
|
||||||||
D = Ks*p0 |
|
||||||||
Mas, Ks é
constituído pelos dividendos e ganhos de capital, quando há crescimento.
Como
podemos ver, a equação (1) é a soma de uma progressão geométrica cujo resultado
final é:
^ |
||
(Ks - g)*p0
= D0 (1+g) = D1 |
^ |
|
|
|
|
||
p0 = |
D0(1+g) |
= |
D1 |
|
(2) |
|
Ks - g |
Ks - g |
|
||||
Condição de
validade: Ks > g. Este modelo (2)
chama-se Modelo de Gordon.
^ |
||||||||
Se
g = 0 →p0 = |
D1 |
e, significa o valor duma acção quando o
crescimento é nulo. |
||||||
Ks |
||||||||
^ |
|
|||||||
p1 = |
D2 |
|
||||||
Ks - g |
|
|||||||
Taxa de retorno esperada com crescimento
constante de dividendos
Podemos
resolver a equação (2) para Ks fazendo K^s, para mostrarmos que trabalhamos com
a taxa esperada de retorno.
^ |
|
|
||
Ks = |
D1 |
+ g |
||
p0 |
||||
Ou seja:
|
|||||||||||||
^ |
|
|
^ |
|
|||||||||
Ks = |
D1 |
+ |
p1 - p0 |
|
|||||||||
p0 |
p0 |
|
|||||||||||
|
|||||||||||||
^ |
- Taxa de retorno esperada |
||||||||||||
Ks |
|||||||||||||
D1 |
-
Rendibilidade esperada de dividendos |
||||||||||||
p0 |
|||||||||||||
g |
- taxa esperada de crescimento ou
rendibilidade esperada dos ganhos de capital |
||||||||||||
Exemplo:
Se hoje compramos uma acção que custa p0
= USD 23 e esperamos que D1 = 1,242 e que vai crescer a uma taxa constante de
8% no futuro, então a taxa de retorno esperada será:
Ks = 1,242/23 + 8%
=
13,4%
2.1.2.4. Avaliação das acções com crescimento anormal dos lucros e
dos dividendos
Nesta hipótese de avaliação das acções, os
dividendos verificam duas etapas de crescimento; uma etapa anormal que se segue
depois por uma etapa normal. Aqui não há fórmulas novas para determinar o valor
das acções, daí que o mais importante é o raciocínio.
Para calcular o valor da acção com crescimento
anormal dos lucros e dos dividendos, tem que obedecer certos procedimentos:
1º - Calcular os dividendos dos períodos ou anos
de crescimento anormal. Significa isto que, se no 1º ano o crescimento é de
10%, no 2º ano é de 12% e no 3º ano, 20%, o crescimento não é constante.
Isto é: D1 = D0(1+10%)1
D2 = D1(1+12%) ou D2 = D0(1+10%)(1+12%)
D3 = D2(1+20%) ou D3 =
D0(1+10%)(1+12%)(1+20%)
2º - Actualizar esses dividendos à taxa de
retorno mínima necessária.
3º - Calcular o preço da acção (p^t)
no final do período de crescimento anormal ou no início do período de
crescimento normal.
4º - Actualizar o preço
5º - Somar tanto o valor dos dividendos
actualizados como o preço da acção actualizado.
Em suma:
Obrigações são títulos de crédito
representativos de dinheiro proveniente de empréstimo concedido, do ponto de
vista do investidor.
As obrigações podem vencer juros anualmente ou
semi-anualmente (semestralmente). Esse juro quando calculado na data de emissão
chama-se juro de cupão ou simplesmente cupão. É o juro que uma obrigação paga
durante a sua vida e esse juro é constante.
Portanto, o cupão é constante porque foi
calculado na base do valor nominal das obrigações.
Modelo Básico:
M
– valor nominal de maturação ao par (transacção à
taxa de juro de mercado da data de emissão);
Kd
– taxa de retorno
esperada (exigida ou requerida) numa obrigação;
n
– número de anos que faltam para a maturação;
V=Vo
– Valor actual da obrigação;
I
– Juro do cupão (taxa de juro de mercado da data
de emissão);
t – tempo que falta para a maturação.
Numa obrigação, até a data do seu vencimento as
pessoas recebem juros e no último dia da obrigação recebem o último juro mais
valor nominal.
Valorizar uma obrigação significa determinar o
valor actual dessa obrigação; quanto vale uma obrigação no intervalo entre a
emissão e a maturação.
Na emissão pagamos o valor nominal da obrigação
e na maturação recebemos o último juro e o valor nominal.
A vida útil da obrigação é determinada na sua
data de emissão.
O valor actual de uma obrigação é a
actualização dos valores de cupões a receber mais o valor nominal; ou seja, o
somatório dos juros futuros esperados e o valor nominal dessa obrigação.
|
n |
||||
|
Vo = |
∑ |
I |
+ |
M |
|
(1+Kd)t |
(1+Kd)n |
|||
|
t=1 |
Como I
é constante, teremos:
|
||||||||||||||||
|
|
n |
|
|
|
|
||||||||||
|
Vo = |
I
*∑ |
1 |
+ |
M |
|
||||||||||
|
(1+Kd)t |
(1+Kd)n |
|
|||||||||||||
|
|
t=1 |
|
|
|
|
||||||||||
|
||||||||||||||||
Ou
Vo = I*(PVIFAKd,n) + M*(PVIFAKd,n)
Conhecido o I e o valor nominal da obrigação (M) é possível determinar a taxa
de juro do cupão.
Kd
= |
I |
M |
Entao;
I = Kd*M
Exemplo:
Calcular o valor actual duma obrigação no
momento da emissão de 80.000 obrigações com o valor nominal de 1000 Milhões,
tendo prometido pagar juros anuais á taxa de 15%. A emissão foi em Janeiro de
2010 devendo vencer em 2025.
M = 1000 Milhões
Kd = 15%
n = 15 anos
I = M*Kd = 1000x15% = 150
Milhões
Antes de tudo, o valor da obrigação na data da
sua emissão é sempre o seu valor nominal. Portanto, para o nosso exemplo, o
valor na data de emissão é USD 1000.
Agora, podemos verificar usando a fórmula:
Vo = I*(PVIFAKd,n)
+ M*(PVIF15%,15) = 150x5,8474 + 1000x0,1229
Vo
= USD 1000
2.2.1.
Valor das Obrigações em pagamentos semi-anuais
As obrigações são, normalmente, pagas
semi-anualmente ou semestralmente. Se
a taxa de juro nominal declarada é referente a um período maior ao período de
capitalização/actualização, a taxa para esse período é calculada pelo critério
de proporcionalidade de taxas.
in = 15% = i(2) = 7,5%
Partindo do modelo básico, podemos construir a
fórmula calculando a taxa de juro proporcionalmente:
|
2n |
|
|
|
|
|
||||||||
Vo = |
I/2
*∑ |
( |
1 |
)t + M( |
1 |
)2n |
||||||||
1+Kd/2 |
1+Kd/2 |
|||||||||||||
|
t=1 |
|
|
|
|
|
||||||||
|
||||||||||||||
Onde;
|
I |
- Cupão
semestral |
|
|||||||||||
2 |
|
|||||||||||||
|
||||||||||||||
n |
- número de semestres |
|
||||||||||||
|
||||||||||||||
Kd |
- Taxa semestral |
|
||||||||||||
2 |
|
|||||||||||||
Ou
Vo =
I/2 (PVFIAKd/2,2n) + M(PVIFKd/2,2n)
Yield
to Maturity (YTM) – é a taxa
interna de rendibilidade de uma obrigação. Se comprarmos hoje uma obrigação por
certo preço (diferente do valor nominal) qual seria a taxa de juro (Kd)
que ganharíamos até atingir o seu vencimento?
a) Ensaio de taxas
Para se fazer o ensaio de taxas, tem que se ter
o valor presente, de modo a se calcular a taxa de actualização.
O pressuposto da determinação de YTM é que
conhece-se o preço da obrigação.
Conhecido o preço, comparamos com o seu valor
nominal e vemos se a obrigação vende acima ou abaixo do par.
b) Fórmula aproximada de cálculo da YTM
|
||||||||||
|
Kd = aprox YTM = |
I+ (M - V)/n |
|
|||||||
|
(M + 2V)/3 |
|
||||||||
|
||||||||||
2.2.2.1. Problemas com a YTM
1. A
ideia da YTM é que todos os fluxos de caixa (todos os recebimentos) são
reinvestidos à mesma taxa, o que pode não ser verdade, porque o investidor
poderia fazer investimento diferente, a uma taxa diferente.
2. Não podemos determinar YTM sem conhecer o
preço. YTM não permite chegar ao preço. É a procura e a oferta de capitais no
mercado que determina o preço das obrigações.
3. YTM dá-nos uma média aproximada da
rendibilidade da aplicação nas obrigações.
2.3. Taxa de resgate
É a taxa com a qual se podem resgatar (pagar)
as obrigações. Resgatar as obrigações significa retirá-las do mercado
(pagá-las) antes da data de maturação. Isto acontece como consequência da baixa
da taxa de juro no mercado.
Este fenómeno dá-se quando o emitente da
obrigação retira os direitos aos detentores de mantê-las até a data de
maturação, resgatando-as.
Acontece as vezes que, se a taxa de juro cair,
a empresa que já tinha contraído um empréstimo a uma taxa de juro maior vê-se a
necessidade de substituir as antigas obrigações (mais caras) pelas novas (mais
baratas).
Assim, a pessoa que detém a obrigação já não
vai ter a possibilidade de ganhar YTM, porque as obrigações vão ser retiradas.
É claro que para os detentores isto não é benéfico.
Se por exemplo a taxa de juro cair de 15% para
10% significa que a empresa poderia retirar as obrigações que custam 15% e
substituí-las por obrigações que custam 10%.
O detentor da obrigação assim pode avaliar a
taxa de rendibilidade da sua obrigação, mas não até a data de maturidade mas
somente até a data de resgate.
O preço de resgate é o preço que a empresa deve
pagar para retirar as obrigações. Normalmente este preço é nominal mais o juro
de um ano.
V – Preço da obrigação hoje
N – Número de anos que faltam até a data de
resgate
CP – Call price (preço de resgate)
A incógnita é Kd = YTC
|
N |
|
|
|
|
||
V = |
∑ |
I |
+ |
CP |
|
||
(1+Kd)t |
(1+Kd)N |
|
|||||
|
t=1 |
|
|
|
|
Ou
V = I
(PVIFAKd,N) + CP (PVIFKd,N)
Exemplo:
Admitamos que 1.368,31 Milhões é o preço da
obrigação a prémio e é resgatável daqui a 4 anos ao preço de 1.150 Milhões.
Qual é a YTM ou taxa de resgate?
4 |
||||
1.368,31 = |
∑ |
150 |
+ |
1.150 |
(1+Kd)4 |
(1+Kd)4 |
|||
t=1 |
Kd =
YTC = 7,39%
2.4.
Risco de taxas de juro em obrigações
É o risco a que os investidores se expõem
devido às mudanças das taxas de juro de mercado, levando a que os investidores
realizem perdas ou ganhos financeiros. Esta variação da taxa de juro refere-se
ao período de tempo a que a pessoa se encontra adstrita a um investimento numa
obrigação. Por causa desta oscilação das taxas de juro, o investidor pode
incorrer em perdas ou ganhos extraordinários do capital.
O risco é tanto maior quanto maior for o
período que falta para a maturação das obrigações. No caso em que a taxa de
juro baixa, o obrigacionista tem um ganho implícito (de oportunidade) porque
recebe de juros mais do que poderia receber se tivesse comprado agora. O
emissor das obrigações por outro lado tem perdas implícitas porque agora
poderia pedir empréstimo a custos mais baixos.
Exemplo:
A Sra Joana comprou uma obrigação com valor
nominal de 1000 Milhões, pagando 150 Milhões de cupão ao ano. Suponhamos que
acaba de ser emitida uma obrigação com menos riscos (ou de características
idênticas) e paga 20% de juros. E que o emissor da obrigação da Sra Joana não
está com planos de resgatar. A Sra Joana estará a realizar perdas ou ganhos de
capital por 14 anos que os emissores não estão interessados em resgatar essa
obrigação.
Resposta: A Sra Joana estará a realizar perdas de
capital por 14 anos que os emissores não estão interessados em resgatar essa
obrigação. Isto porque se fosse feito o resgate da obrigação, ela subscreverá
nova obrigação a taxa de 20% ganhando 200 Milhões do cupão; portanto 50 Milhões
é a perda que a Sra Joana está a realizar por ano.
·
Brasil, Gilberto (1995). O ABC da
matemática actuarial e princípios gerais 4e seguros. Porto Alegre: Sulina.
·
Copeland, T; Koller, T; Murrin, J (2002).
Avaliação de Empresas - Valuation: Calculando e gerenciando o valor das
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