domingo, 8 de agosto de 2021

Gestao das Organizacoes

 

Índice

1. Introdução. 3

    1.1. Objectivos. 3

           1.1.1. Objectivo geral 3

           1.1.2. Objectivos específicos. 3

    1.2. Metodologia. 3

2. A Teoria de Equidade de Stacy Adams. 4

    2.1. Conceito da teoria de equidade. 4

    2.2. O uso de diferentes comparações. 4

    2.3. Teoria de equidade de Stacy Adams. 6

3. Conclusão. 9

4. Referências bibliográficas. 10

 

1.      Introdução

A evolução da organização do trabalho e o facto de haver uma reestruturação quase permanente dos mercados, aliada às crescentes inovações tecnológicas, lança um enorme desafio às empresas que desejam subsistir a longo prazo: preparar-se para o futuro. Assim, torna-se necessário que adoptem estruturas e práticas alinhadas com os seus objectivos estratégicos, que lhes permitam ganhar vantagem competitiva, ser flexíveis e adaptáveis, menos hierárquicas, privilegiando o trabalho em equipa e os comportamentos dos seus trabalhadores. Desta forma, é essencial que as empresas estabeleçam novas relações de trabalho com os seus trabalhadores, valorizando a polivalência, a multiqualificação e a responsabilidade, motivando-os e suscitando comportamentos através dos seus sistemas de recompensas. Por consequência, dentro de todo o processo motivacional, a gestão de pessoas deve entender o sentido que as pessoas atribuem àquilo que fazem e recebem, tornando-se então conhecido os parâmetros que permitem chegar à motivação dos funcionários. Sendo assim, o presente trabalho visa abordar acerca da teoria da equidade de Stacy Adams que está relacionada com a motivação no ambiente organizacional.

 

1.1. Objectivos

1.1.1.      Objectivo geral

·         Compreender a Teoria de Equidade de Stacy Adams.

 

1.1.2.      Objectivos específicos

·         Elaborar um texto expositivo – explicativo;

·         Apresentar os elementos que compõem o texto expositivo explicativo;

·         Descrever a importância da tomada de notas nas faculdades para os estudantes.

 

1.2. Metodologia

Para fazer face a realização do trabalho recorremos a diversas fontes com a finalidade de reunir uma informação satisfatória e de fácil compressão através de consulta de obras, revisões bibliográficas e pesquisas que efectuamos na biblioteca electrónica, que versam sobre o tema em destaque nas quais vem mencionadas no fim do trabalho.

2.      A Teoria de Equidade de Stacy Adams

2.1. Conceito da teoria de equidade

A Teoria da Equidade, geralmente atribuída a J. Stacy Adams, é uma das várias teorias sobre motivação que coloca a ênfase na percepção pessoal do indivíduo sobre a razoabilidade ou justiça relativa na sua relação laboral com a organização. De facto, a Teoria da Equidade parte do princípio de que a motivação depende do equilíbrio entre o que a pessoa oferece à organização através do sistema produtivo (o seu desempenho) e aquilo que recebe através do sistema retributivo (a sua compensação). (PORTOPEDIA, 2016)

Segundo os autores da teoria, as pessoas sentem-se motivadas sempre que esperam receber da organização (seja em forma monetária, reconhecimento público, promoção, transferências, ou outra) uma compensação justa pelos os seus esforços em favor da organização. A justiça desta compensação é avaliada pelas pessoas através da comparação entre o que recebem outras pessoas cujos contributos são semelhantes. (BERGAMINI, 1993)

No caso da compensação ser injusta (inferior à compensação atribuída a outras pessoas), as pessoas sentem-se insatisfeitas e tendem a reduzir as suas contribuições ou, se estas “injustiças” se repetirem, pode mesmo sair da organização. Quando a compensação é justa (equilibrada com a de outras pessoas), as suas contribuições continuam idênticas. Sempre que a compensação está acima da recebida pelas outras pessoas, verifica-se a tendência para um maior esforço.

A percepção da iniquidade pode verificar-se em numerosas situações, entre as quais a definição de funções, as promoções, as transferências, os elogios públicos, e obviamente nos salários e outras compensações monetárias. É fundamental que os gestores não esqueçam que por vezes uma iniquidade sem importância no seu ponto de vista, pode representar uma grande injustiça para aqueles que por ela são directamente afectados. (NOGUEIRA & SANDRA, 2010)

2.2. O uso de diferentes comparações

Existem 4 (quatro) pontos de referência que são adoptados para serem utilizados como método de comparação sobre determinado comportamento ou acção, são eles:

·      Próprio-interno: Determinada experiência em uma diferente posição dentro da mesma organização.

·      Próprio-externo: Determinada experiência em uma diferente posição em outra organização.

·      Outro-interno: Outro indivíduo ou grupo de pessoas dentro da mesma organização

·      Outro-externo: Outro indivíduo ou grupo de pessoas em outra organização.

Os colaboradores podem fazer diferentes comparações com seus amigos, colegas, familiares ou empregos por onde tiverem passado. O ponto de referência adoptado por eles é definido pelas informações que o mesmo possui sobre os seus referenciais, assim como a variação que eles exercem sobre seu comportamento, desta forma leva os indivíduos a utilizarem-se de 4 (quatro) variáveis moderadoras: sexo; tempo que está no emprego; nível da organização e todo o seu conteúdo educacional ou profissional adquirido. (GREENBERG & ORNSTEIN,1983)

A Teoria da equidade define 6 (seis) escolhas que o colaborador pode adoptar como postura após construir uma percepção de injustiça:

·      Mudar suas contribuições;

·      Mudar seus resultados;

·      Deturpar a imagem de si mesmo;

·      Deturpar a imagem do outro;

·      Buscar no próximo um novo ponto de referência ou;

·      Retirar-se.

A busca pela equidade não se concentra apenas na relação de benefícios, os funcionários buscam a equidade na distribuição de outras recompensas. Historicamente, a teoria da equidade tinha como enfoque a denominada “justiça de distribuição”, ou seja, a justiça que se percebe na quantidade e na alocação das recompensas entre os indivíduos. Porém, ultimamente pesquisas recentes vem buscando ampliar o termo equidade ou justiça pois sugerem que a equidade também pode considerar a “justiça de processo”, que seria uma justiça percebida no processo usado para distribuir as recompensas entre os indivíduos. (GOODMAN, 1975)

Embora evidências comprovem que a denominada “justiça de distribuição” obtenha maiores resultados de satisfação que a “justiça de processo”, a segunda se relaciona com o comprometimento do indivíduo com a organização, e sua confiança com a empresa.

Com isso, a teoria da equidade está relacionada a motivação, influenciada pelas recompensas relativas e absolutas de acordo com a percepção de cada indivíduo sobre determinado comportamento ou acção.

2.3. Teoria de equidade de Stacy Adams

Para os autores Kinicki e Kreitner (2006), as bases da teoria da equidade proposto por J. Stacy Adams está na procura, por parte dos empregados, da imparcialidade e justiça tanto nas relações interpessoais como nos critérios de recompensas. A base dessa teoria está nos trabalhos de Festinger realizados na década de 1950 do século passado. Para Festinger as pessoas são motivadas para buscar o equilíbrio entre as suas crenças cognitivas e seu comportamento. Para o autor a inconsistência percebida cria dissonância cognitiva ou desconforto psicológico, o que por sua vez leva o sujeito a buscar o equilíbrio psíquico (KINICKI; KREITNER, 2006).

Quando a pessoa percebe alguma injustiça tenta reagir de alguma forma. Esta reacção nem sempre traz benefícios, por exemplo, se a pessoa percebe que foi tratada de forma discriminada no ambiente de trabalho pode começar a diminuir o ritmo de trabalho, aumentar o número de faltas, roubar, ou até mesmo deixar de cumprimentar os colegas, provocando um ambiente de trabalho desagradável.

Segundo Kinicki e Kreitner (2006), os especialistas divulgaram que os custos com a violência e roubo no local de trabalho ultrapassam a faixa dos 200 bilhões de dólares anuais. Para Adams existem dois componentes básicos nas relações de troca entre os indivíduos e as organizações: os insumos e os resultados. As expectativas dos funcionários quando ingressam em uma organização podem ser consideradas como os insumos. Esses insumos podem ser as habilidades, criatividade, aparência pessoal, esforço, qualificação, entre outras características pessoais que o funcionário acredita que possam agregar valor à empresa e espera ser recompensado por isso. Almeja como resultado: bonificações, benefícios, novas responsabilidades no trabalho, aprendizagem constante entre outros (KINICKI; KREITNER, 2006).

Adams utilizou o termo iniquidade, que significa desigualdade, injustiça, desrespeito à igualdade de direitos para contrapor o termo equidade. Existem dois tipos de iniquidade: a positiva e a negativa.

A positiva é quando percebo que os esforços despendidos são recompensados acima dos demais colegas de trabalho. É negativa quando os insumos (esforço, dedicação, etc) são recompensados abaixo dos colegas de trabalho. Uma situação equitativa seria o equilíbrio entre os insumos do sujeito e do grupo, proporcionais aos resultados. Exemplificando, vamos supor o caso de um funcionário que sempre aceita ficar depois do expediente, terminando trabalhos urgentes por solicitação da chefia e o colega que nunca faz horas extras é recompensado com um aumento salarial, surge o sentimento de iniquidade negativa. Se olharmos o mesmo exemplo pelo lado do funcionário que fica depois do expediente receber a remuneração adicional é o caso de percepção de iniquidade positiva.

Os autores Kinicki e Kreitner (2006) ressaltam que para Adams existem duas dinâmicas da iniquidade percebidas e que devem ser consideradas pelos gerentes: a primeira é que a sensibilidade de uma pessoa difere de outra quando se refere à percepção de equidade e iniquidade; a segunda é que algumas pessoas podem ser classificadas como benevolentes, ou seja, são as que têm mais resistência às situações consideradas injustas, por outro lado, tem um grupo que é muito sensível a essas situações e incomodam-se com qualquer situação que considerem injustas.

As formas de controle dessas situações de iniquidade podem ser solucionadas, recompensando os comportamentos dos funcionários benevolentes e fornecendo feedback mais direccionado com a intenção de apresentar de forma clara as diferenças de desempenho e/ou comportamentos das pessoas que servem de parâmetros de comparação. A equidade proposta por Adams envolve conceitos de justiça que podem ser classificados, segundo Rego e Souto (2002) de duas formas: justiça distributiva e justiça procedimental. A justiça distributiva diz respeito à forma como a organização distribui seus recursos entre os seus membros. Refere-se, por exemplo, aos salários, classificações obtidas nas avaliações de desempenho, medidas disciplinares, distribuição orçamentária entre os departamentos, (PALOZOLLI, 2000).

A justiça procedimental é baseada na percepção que os funcionários têm a respeito do que foi atribuído a eles no processo de distribuição. Eles podem considerar esse procedimento justo ou injusto. Por exemplo: adicionais de salário, procedimentos disciplinares, critérios utilizados no recrutamento e selecção, ou seja, refere-se à percepção de justiça do sujeito em relação aos procedimentos adoptados nos critérios de distribuição. A percepção de justiça distributiva engloba a percepção procedimental. Uma está na distribuição dos recursos e a outra está na percepção dos funcionários sobre os procedimentos adoptados para efectivar esta distribuição.

Rego e Souto (2002) propõem mais dois tipos de justiça: a justiça interpessoal/social que representa o grau em que a gerência adopta um tratamento digno e respeitoso com os empregados. Quando ocorre esse tratamento, as percepções de justiça são optimizadas, o grau de aceitação das medidas adoptadas aumenta e várias reacções positivas aparecem. Os autores propõem ainda a justiça informacional que reflecte o fornecimento de informações e explicações das decisões.

Kim e Mauborgne (1977), desenvolveram um modelo que explicita as várias formas da justiça em relação aos aspectos que diferem as reacções dos membros da organização, tendo diferentes consequências para as organizações relativas ao seu desempenho. Os aspectos de justiça aplicam-se a todos os tipos de recompensas, sejam elas psicológicas, sociais ou económicas, o que torna a tarefa gerencial muito mais complexa. Os funcionários comparam o esforço para executar determinada tarefa com o valor do prémio recebido, e tendem a comparar a sua recompensa com a dos demais membros da sua equipe (TADEUCCI, 2007).

Para os autores a justiça distributiva está limitada ao desempenho solicitado ao funcionário, ele não faz nada além do necessário, conforme a figura, o seu desempenho é resultado de uma soma. Já na segunda situação, quando o funcionário acredita que a forma de distribuição é equitativa e tem uma percepção positiva da justiça procedimental, com isso os resultados são multiplicados, ou seja, os resultados organizacionais são muito melhores, pois o funcionário sente-se valorizado e realiza além do que lhe foi solicitado.

 

3.      Conclusão

Com o trabalho concluído, pudemos perceber que de acordo com Stacy Adams a característica que distingue um processo de intercâmbio social é aquela em que os resultados reúnem potencial para serem julgados como justos ou injustos. Adams define que existe inequidade para uma pessoa toda vez que esta percebe que a relação existente entre seus investimentos e resultados de outra pessoa são desiguais. Esta percepção de ineqüidade pode ocorrer em uma relação de intercâmbio directo ou quando as pessoas se encontram em uma relação de intercâmbio a respeito de uma terceira. Presume-se que um individuo utiliza alguma forma de aferição interna, por meio da qual compensa sua relação total de investimentos/resultados à de outro. Os investimentos a este respeito incluem tudo o que a pessoa percebe como valor agregado por ela a seu trabalho e que merece alguma compensação. Estes investimentos, então, incluem aspectos de esforço, tempo, habilidades particulares, educação e conhecimento. Os resultados são, por outro lado, tudo aquilo que é percebido como valioso e derivado do trabalho.

 

4.      Referências bibliográficas

·         ERGAMINI, C. W (1993). Motivação. São Paulo, Atlas

·      J. Greenberg e S. Ornstein, 1983 apud Stephen P. Robbins (2005). Comportamento Organizacional, (ed,). p. 146-148

·      J.S. Adams (1965). “Inequity in social exchanges”, em L. Berkowits (Ed,), Advances in Experimental Social Psychology, New York: Academic Press, p.p 267-300.

·         NOGUEIRA, SANDRA H. L (2010). Teorias Motivacionais: Teorias da Equidade. Belo Horizonte, p. 77-78,

·         PORTOPEDIA (2016). Teoria da Equidade. Disponível em: https://portogente.com.br/portopedia/84152-teoria-da-equidade

·      PS. Goodman (1984). An examination of referents Used in the Evaluation of pay, Organizational Behavior and Human Performance, p. 170-195

·      S. Romen (1986). Equity perception in multiple comparisons: A field Study, Human relations, p.p. 333-346.

·         Stephen P. Robbins, Comportamento Organizacional, (ed,). 2005. p. 146-148

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