domingo, 8 de agosto de 2021

Modelos de relações públicas

Índice

1. Introdução. 3

1.1. Objectivos. 3

1.1.1. Objectivo geral 3

1.1.2. Objectivos específicos. 3

1.2. Metodologia. 3

2. Modelos de Relações Públicas. 4

2.1. Modelo nº1 ou de imprensa/propaganda. 5

2.2. Modelo nº2 ou de informação pública. 5

2.3. Modelo nº3 ou assimétrico de duas mãos. 6

2.4. Modelo nº4 ou simétrico de duas mãos. 6

3. Conclusão. 8

4. Referências bibliográficas. 9

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1.      Introdução

O presente trabalho tem como tema Modelos de Relações Públicas. A importância das relações públicas enquanto função social e organizacional é justificada pela necessidade de as sociedades e organizações estabeleceram relações ou trocas com os outros, sejam outros países, outras organizações, outros grupos ou outros indivíduos. Só mediante este contacto planeado e preparado com o outro é que a organização poderá concretizar a sua missão e atingir os seus objectivos. A vida das organizações (e dos indivíduos) é feita de negociação e de compromisso, possíveis graças à comunicação, isto é, ao tornar comum de interesses e objectivos a prosseguir, em colaboração e/ou competição. Nas páginas a seguir irei aprofundar com o estudo falando do modelo de agência de imprensa ou publicidade, modelo de informação pública, modelo assimétrico de mão dupla e modelo simétrico de mão dupla.

 

1.1. Objectivos

1.1.1.      Objectivo geral

Ø  Compreender os modelos de Relações Públicas.

 

1.1.2.      Objectivos específicos

Ø  Explicar o trajecto das Relações Públicas;

Ø  Caracterizar os modelos de Relações Públicas;

Ø  Descrever os modelos de Relações Públicas;

 

1.2. Metodologia

Para fazer face a realização do trabalho foi necessário a consulta de fontes de modo a adquirir informações que versam sobre o conteúdo em estudo. As tais fontes incluem manuais físicos que se referem a livros e trabalhos realizados anteriormente e manuais electrónicos adquiridos por via da internet e os seus respectivos indicadores estão presentes na última página do trabalho, onde estão pontuados como referências.

 

 

 

 

2.      Modelos de Relações Públicas

Em meados do século XIX, o que predominava no modo de actuação das Relações Públicas, era o exercício da influência na opinião pública para defender os interesses empresariais. Isto traduzia-se numa comunicação unilateral e persuasiva, assente na técnica da publicidade. Depois estas definições e modos de actuar, passaram a incluir a noção de comunicação bilateral, com relações recíprocas e de mútuo entendimento (Cutlip & Center, 2001).

Para melhor percebermos todo o trajecto evolutivo das Relações Públicas, James Grunig e Todd Hunt desenvolveram, em 1984, uma teoria para descrever como deve ser estruturada a profissão. Esta teoria assenta em quatro modelos de Relações Públicas. Cada um destes modelos corresponde a determinados períodos, está associado a diferentes objectivos, diferentes origens da comunicação, processos de comunicação distintos, baseados em diferentes modos de pesquisa e cada um melhor direccionado para específicos usos. Podemos ver isso de forma mais esquematizada, representado no quadro abaixo.

Fonte: KUNSCH, Margarida 4ªEd. 1997: 110

Grunig e Hunt (1984) dizem que cada um destes modelos demonstra a natureza ou a forma do processo de comunicação que um profissional poderá utilizar nas relações entre os públicos e a organização. Assim sendo, vamos então perceber um pouco sobre o enquadramento histórico de cada modelo bem como dos conteúdos de cada um:

2.1. Modelo nº1 ou de imprensa/propaganda

Grunig e Hunt reconhecem que ao longo da história terão surgido actividades idênticas com as relações públicas. Eles afirmam que os assessores de imprensa de meados do século XIX (1830-1900) foram os primeiros especialistas a fazer um trabalho de relações públicas em tempo integral. Estes, com destaque para P. T. Barnum, usavam o modelo de imprensa/propaganda.

Este modelo visa publicar notícias sobre a organização e fazer despertar a atenção dos meios de comunicação. A função era publicitar e divulgar a organização, estimular a credibilidade da empresa, e fazer com que o nome ou marca da empresa esteja sempre em evidência, mesmo que por vezes o rigor da informação transmitida não seja o melhor. É uma comunicação de mão única, sem troca de informações. Utiliza somente técnicas propagandistas.

2.2. Modelo nº2 ou de informação pública

No início do século XX (1900-1920), segundo Grunig e Hunt, surgiu o modelo de informação pública. Este surgiu devido aos ataques dos jornalistas às grandes organizações e aos órgãos governamentais. Os líderes dessas organizações começaram então a contratar jornalistas para escrever press-releases para explicar aos públicos as suas acções. Apesar de os profissionais deste segundo modelo só retractarem coisas boas das suas empresas, todas estas informações que eram comunicadas, eram verdadeiras e exactas. A figura maior deste modelo foi Ivy Lee.

A ideia deste modelo, que chega a ser caracterizado como jornalístico, é a disseminação de informação, não só por meios de comunicação mais gerais mas também meios mais específicos. Neste modelo a abordagem segue os parâmetros das escolas de jornalismo. A função do profissional de Relações Públicas neste modelo é semelhante à função de um assessor de imprensa autónomo, cujo trabalho se centra em reportar aos públicos informações diversas sobre a organização. A natureza desta comunicação é de mão única porém difere-se da do modelo anterior pois o uso de conteúdo verdadeiro é fundamental.

 

 

2.3. Modelo nº3 ou assimétrico de duas mãos

Este modelo surge nos anos 1920 a 1960, onde durante a Primeira Guerra Mundial, alguns profissionais de Relações Públicas começaram a fundamentar a sua actividade nas ciências sociais e nas ciências do comportamento, tais como a psicologia. Edward L. Bernays, que era sobrinho de Sigmund Freud, foi o principal rosto deste modelo. Como estas ciências se faziam com base em pesquisa e avaliação de atitudes, as Relações Públicas sofrem aqui uma evolução e surge assim o modelo assimétrico de duas mãos. Neste modelo, os profissionais de Relações Públicas procuravam obter informações e também devolviam informações.

É um modelo assimétrico porque serve-se desta pesquisa e destas informações recolhidas junto dos públicos para identificar mensagens que motivem ou convençam os mesmos, através de técnicas de propaganda e técnicas de persuasão científica. Bernays acreditava que, (e não esqueçamos o contexto histórico em que este modelo surge) se os públicos podiam ser manipulados para maus propósitos, então também poderiam ser manipulados para coisas boas.

Neste terceiro modelo, os profissionais de Relações Públicas, fazem valer-se destes instrumentos científicos para criar mensagens de manipulação e persuasão dos públicos. Destas mensagens espera-se um feedback e daí retirar mais informação sobre determinado público. É uma visão mais egoísta da organização pois só visa os seus próprios interesses, não se interessando com os públicos. Os profissionais que utilizam estas técnicas, têm o objectivo de persuadir a opinião pública a interiorizar o ponto de vista da organização. E para aqueles que são mais difíceis de persuadir, o objectivo é de pelo menos deixa-los ficar numa posição neutra em relação aos objectivos da organização.

2.4. Modelo nº4 ou simétrico de duas mãos

Grunig e Hunt reconhecem Ivy Lee e Edward Bernays como os educadores e líderes profissionais de muitas das suposições que compõem este quarto modelo. Questões sobre como dizer a verdade, saber interpretar o cliente e o público, seguir uma administração que entende e se preocupa com os pontos de vista dos seus públicos e estes, por seu lado, compreendem os das organizações. Porém, foram muito poucos os profissionais de Relações Públicas dos modelos anteriores que puseram em prática estes pressupostos. Foi então que, desde 1920 até aos dias de hoje, teóricos e académicos de Relações Públicas constituíram este quarto modelo com base nas suas pesquisas e aprendizagens.

Este, é então um modelo simétrico porque, mais do que usar a manipulação e a persuasão, ele tenta como objectivo principal, o entendimento entre a organização e os seus públicos. Neste modelo, as Relações Públicas actuam como mediadoras na busca pelo equilíbrio entre os interesses da organização e os interesses dos públicos envolvidos. Serve-se de pesquisas e usa a comunicação para gerir conflitos e melhorar o entendimento com os públicos estratégicos, sugerindo a possibilidade de mudanças de comportamento e atitude de ambas as partes, bem como a compreensão mútua.

É este o modelo histórico/teórico das Relações Públicas, explicado por Grunig e Hunt (1984), que melhor contribui para a construção de relações de confiança dentro das organizações. Embora sofra algumas críticas de alguns investigadores, pois consideram ser demasiado idealista ou porque entendem que o profissional de Relações Públicas nunca terá condições para estar numa posição neutra entre a organização e os seus públicos (Gonçalves, 2010).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3.      Conclusão

Em poucas palavras, os modelos de Relações Públicas são: o modelo de agência de imprensa ou publicidade, adopta um tipo de comunicação de mão única valendo-se de técnicas de persuasão e manipulação para influenciar as audiências, a partir dos interesses organizacionais; o modelo de informação pública, ainda está embasado em uma via unidireccional, com uso de técnicas de assessoria de imprensa buscando construir pautas que, atendendo aos interesses organizacionais, também sejam de interesse público; o modelo, assimétrico de mão dupla, ressalta a prática da pesquisa como possibilidade das organizações conhecerem melhor seus públicos de modo a direccionar seus esforços de persuasão, de acordo com os interesses organizacionais e o modelo simétrico de mão dupla, que considera a comunicação como esforço de negociação da organização com os públicos, de compreensão mútua para a resolução de conflitos entre as partes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4.      Referências bibliográficas

·         Andrade, Cândido (2001). Para entender Relações Públicas. São Paulo: Editora Loyola.

·         Bland, Michael. (1994). Novo Manual de Relações Públicas. Lisboa: Editorial Presença.

·         Cutlip, S. M.; Center, A. H. (2001). Relaciones públicas eficaces. Barcelona: Ediciones Gestión.

·         Gonçalves, G. (2010). Introdução à teoria das relações públicas. Porto: Porto Editora.

·         Grunig, James; Hunt, Todd (1984). Managing Public Relations. Nova Iorque: Holt, Rinehart e Winston. 

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