quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Composição Escrita

 

Índice

1. Introdução. 3

1.1. Objectivos. 3

1.1.1. Objectivo geral 3

1.1.2. Objectivos específicos. 3

1.2. Metodologia. 3

2. Composição escrita. 4

2.1. Planificação. 4

2.2. Produção (etapas para elaboração de uma composição escrita) 4

2.3. Revisão. 5

2.4. Coerência, coesão e progressão textual 5

2.4.1. Coerência textual 5

2.4.1.1. Tipos de Coerência Textual 5

2.4.1.2. Princípios da Coerência Textual 6

2.4.2. Coesão Textual 7

2.4.2.1. Tipos de Coesão Textual 7

2.4.3. Progressão textual 8

2.5. A evolução do enfoque sobre a escrita. 9

2.6. Exemplo duma composição escrita. 11

3. Conclusão. 12

4. Referências bibliográficas. 13

 1.      Introdução

Saber compor textos é uma habilidade requerida em diversas disciplinas do ensino formal. Ela perpassa os currículos escolares, é imprescindível para se aprender, para se consciencializar e estruturar o que se aprendeu e para se verificar as aprendizagens em situações avaliativas. É uma tarefa que tem lugar tanto na vida profissional como na vida social; através da escrita, expressamos as nossas opiniões e sentimentos, comunicamos e partilhamos. Ela permite -nos compreender a vida e a nós próprios. O presente trabalho será desenvolvido falando especificamente da planificação, produção, revisão, coerência, coesão e progressão textual, evolução do enfoque sobre a escrita e exemplo duma composição escrita.

 

1.1. Objectivos

1.1.1.      Objectivo geral

·         Compreender a composição escrita.

 

1.1.2.      Objectivos específicos

·         Descrever a produção (etapas para elaboração de uma composição escrita);

·         Conceituar a revisão;

·         Explicar coerência, coesão e progressão textual;

·         Indicar a evolução do enfoque sobre a escrita;

·         Apresentar exemplo duma composição escrita.

 

1.2. Metodologia

O presente trabalho foi feito com base nas fontes bibliográficas onde alguns dos manuais foram encontrados através de pesquisas realizadas na internet como forma de sustentar o tema com mais conteúdo de interesse.

 

2.      Composição escrita

2.1. Planificação

Uma boa pesquisa é um passo indispensável para a criação de um texto de qualidade. Escrever não é sair criando vocábulos a torto e a direito. Por isso, o planejamento é a primeira etapa para a criação de conteúdos atraentes.

Alguns cuidados que compõem essa etapa são:

·         Definição do tema;

·         Definição do público-alvo do texto;

·         Levantamento de informações sobre o tópico escolhido;

·         Definição do género literário;

·         Elaboração da estratégia argumentativa;

·         Criação de um esqueleto para o texto – um rascunho.

 

2.2. Produção (etapas para elaboração de uma composição escrita)

1ª Etapa - Pré-Escrita/Planificação:

Nesta fase registarás sem grandes preocupações, as tuas primeiras ideias, impressões, intenções.. É neste momento que deves fazer um plano para a produção do teu texto, ou seja, deves reflectir sobre o que irás escrever e sobre a maneira como irás estruturar a tua redacção.

2ª Etapa – Escrita:

Nesta fase darás forma às ideias que surgiram na etapa anterior. Organizá-las-ás num todo coeso e coerente.

3ª Etapa - Partilha (Revisão/Correcção):

O processo de revisão correcção terá duas operações distintas: 

·         1ª Procura de defeitos, erros ou imperfeições

·         2ª Revisão ou reformulação.

Neste momento deverás tentar detectar, com a ajuda da professora e/ou colegas, as imperfeições ou os erros e os defeitos do texto que elaboraste ou estarás a elaborar e reformulá-los de modo a aperfeiçoar a tua produção escrita. Esta etapa será o momento de netreajuda, de cooperação, de reescrita. Tem como finalidade tornar o texto mais coerente e correcto. Será, então, uma tarefa de auto e heterocorrecção. Poderás, também, ler os teus textos para os teus colegas depois de completamente revistos.

4ª Etapa – Avaliação:

Será a resposta qualitativa do professor ao trabalho realizado por ti e pelos teus colegas.

2.3. Revisão

A revisão caracteriza-se como o processo cuja função é melhorar a qualidade do texto. Corresponde ao momento de leitura do texto já construído, para prosseguir com um novo momento de redacção ou para avaliar o texto previamente escrito em relação ao objectivo pretendido e proceder à sua reformulação. É o momento de leitura e reflexão sobre o texto com o propósito de proceder a uma avaliação e a uma nova fase de redacção.

2.4. Coerência, coesão e progressão textual

2.4.1.      Coerência textual

Coerência textual é o factor que possibilita o entendimento da mensagem transmitida no texto. Aliada à coesão, a coerência tem como função a construção dos sentidos da textualidade. Por meio da coerência, ocorre a concatenação das ideias do texto. Ou seja, a formação de uma cadeia de ideias. O texto que obedece à coerência transmite uma relação lógica de ideias que se complementam, não se contradizem e conferem significado à mensagem. Quando o texto é coerente, o interlocutor apreende os sentidos do texto. A falta dela afecta a significação do texto, prejudica a relação com o interlocutor, a continuidade dos sentidos e compreensão.

2.4.1.1. Tipos de Coerência Textual

Coerência Narrativa:

Nesse tipo de texto é obedecida uma lógica entre acções e personagens. Cada acção obedece a um tempo que permite conhecer a ordem dos acontecimentos sem contradições.

Exemplo:

Ele ligou à noite para acalmar o desespero dela. Sentou no sofá de couro já gasto, acendeu a luz do abajur na sala já escura. Chamou por querida, clamou por perdão. Relatou o dia e prometeu reduzir os hiatos que os separava. A conversa deu fome. Ele levantou e procurou os últimos vestígios do jantar. Ela ficou saciada com um copo de leite quente preparado enquanto ele lhe fazia juras que seriam quebradas na manhã seguinte.

Coerência Argumentativa:

São apresentados exemplos, opiniões e dados utilizados como argumento para sustentar a conclusão. Também é preciso obedecer a uma sequência lógica de acontecimentos para sustentar a argumentação e possibilitar a compreensão da conclusão.

Exemplo:

A violência escolar é um problema que envolve toda a comunidade. Do núcleo familiar ao convívio em sociedade, é o Estado, contudo, o responsável por oferecer as condições necessárias para a redução do problema até a sua quase eliminação.

Cabe à sociedade interferir para que o Estado desempenhe de maneira satisfatória o seu papel e evite que problemas como a violência na escola prejudiquem o desenvolvimento da comunidade. Em suma, o problema só terá fim com o envolvimento conjunto da sociedade e Estado.

Coerência Descritiva:

Nesses textos é promovido um retracto das pessoas, coisas e ambientes com detalhes sobre suas particularidades. São usadas figuras que condizem com a cena, o ambiente e o tempo onde estão situados os personagens e acontecimentos.

Exemplo:

Fazia tão calor naquele dia, que as roupas pareciam aderir à pele. Cada passo na calçada era um desafio ao bem-estar devido à temperatura do ladrilho. Mesmo assim, saiu mais cedo e foi fazer as compras de aniversário para a surpresa da noite. Nem mesmo o calor seria suficiente para impedir a festa.

2.4.1.2. Princípios da Coerência Textual

Princípio da não-contradição:

Ocorre quando as ideias não se contradizem e a lógica do texto não é interrompida.

 Princípio da não-tautologia:

Ocorre quando um mesmo termo não é repetido exaustivamente, prejudicando a mensagem e tornando o texto inteligível.

Princípio da relevância:

Ocorre quando o interlocutor percebe a obediência à relação de ideias em uma sequência. Não há quebra. Quando o ordenamento é incorrecto, ainda que as mensagens tenham significado isoladas, a compreensão dos sentidos do texto é prejudicada.

2.4.2.      Coesão Textual

A coesão textual é a conexão linguística que permite a amarração das ideias dentro de um texto. Bem utilizada, a coesão permite a eficiência na transmissão da mensagem ao interlocutor e, por consequência, o entendimento. Dentro do texto, a coesão pode ser compreendida pelas relações linguísticas, como os advérbios, pronomes, o emprego de conectivos, sinónimos, dentre outros.

Para ser melhor empregada, a coesão necessita de recursos, como palavras e expressões que têm como objectivo estabelecer a interligação entre os segmentos do texto. Esses recursos são chamados de elementos de coesão. Quando o texto é incoerente, prejudica o processo de comunicação.

2.4.2.1. Tipos de Coesão Textual

Coesão Referencial:

É o vínculo que existe entre palavras, orações e as diferentes partículas do texto por meio de um referente. Nesse tipo de coesão, os termos conectivos ou coesivos anunciam ou retomam as frases, sequências e palavras que indicam conceitos e fatos.

Isso pode ocorrer através da anáfora ou catáfora. A anáfora faz referência a uma informação que já fora mencionada no texto. Ou seja, ela retoma um componente textual, e também pode ser chamada de elemento anafórico.

A catáfora, por sua vez, antecipa um componente textual, sendo chamada de elemento catafórico. Os principais mecanismos da coesão referencial ocorrem por meio da elipse reiteração.

Exemplo de coesão referencial por elipse:

Vamos à praia no domingo. Você nos acompanha?

Nota: neste tipo de coesão, um elemento do texto é retirado e evita a repetição.

Vamos à praia no domingo. Você nos acompanha (à praia)?

Exemplo de coesão por reiteração:

Aprendizado é dedicação. Aprendizado é plantar o conhecimento todos os dias.

Nota: neste tipo de coesão é possível repetir o elemento lexical ou mesmo usar sinónimos.

Coesão Sequencial:

É a maneira como os fatos se organizam no tempo do texto. Para isto, são utilizadas relações semânticas que ligam as orações e os parágrafos à medida em que o texto é descrito.

A coesão sequencial pode ocorrer por justaposição ou conexão.

Exemplo de coesão sequencial por justaposição:

Ricardo é, com certeza, a melhor escolha. Além disso, conhece os meandros da empresa.

Nota: a coesão sequencial por justaposição ocorre para dar sequência ao texto no ordenamento temporal, espacial e de assunto.

2.4.3.      Progressão textual

A progressão textual é o processo pelo qual o texto se constrói, com a introdução de informação nova, ligada à informação que já é do conhecimento do leitor ou que lhe é fornecida no próprio texto. Num texto não pode haver apenas repetição de ideias. Tem que haver repetição e continuidade, tem que haver retoma dos seus elementos conceptuais e formais, mas é preciso que apresente novas informações a propósito dos elementos retomados: é este segundo aspecto que faz com que o texto progrida.

Os conhecimentos prévios que quem lê um texto tem habilitam-no a poder compreendê-lo. A informação que é dada no texto só é compreensível se o seu leitor tiver os conhecimentos suficientes para poderem servir de base à nova informação que aí é veiculada.

Por outro lado, no próprio texto, são dados elementos que depois são retomados para se lhes ligar outra informação: é a forma de o texto ir progredindo.

Assim, opera-se a progressão textual com a introdução de informação nova que vai estabelecendo relações de sentido com os conhecimentos prévios do leitor e com segmentos do próprio texto, que vai fornecendo informação e interligando-a. As relações entre a informação textualmente expressa e os conhecimentos prévios de quem lê são estabelecidas com recurso à intertextualidade e a todo o contexto situacional. O estabelecimento de relações entre os segmentos textuais leva à coesão textual, que se consegue por meio de um conjunto de recursos utilizados no texto destinados à remissão para a informação já fornecida e à progressão.

A progressão consegue-se, assim, com os acréscimos semânticos a propósito dos elementos retomados, com o acréscimo de comentários (informação nova sobre algo ou alguém) a um tópico (informação dada: o assunto, a pessoa, a coisa) ou a transformação de comentários em novos tópicos.

2.6. Exemplo duma composição escrita

Minhas férias

Nas minhas férias eu gosto de ir para o cinema Montalto . Na ultima vez vi o filme Velozes e Furios 7. Foi muito bom e durante o filme comi duas caixas de pipocas e dois refrigerantes de 2 ml.

Quando eu fico em casa jogo vídeo game com meus irmãos e as vezes fico no computador, também gosto de conversar com meus amigos. O meu irmão mais velho gosta de apostar corrida comigo e meu primo com ele. Também faço caminhada com a minha mãe e meu pai.

Fui visitar a minha tia na casa dela e ficamos o dia inteiro conversando. Esta foi, de forma resumida, a rotina das minhas férias, o que eu faço com a minha família, meus amigos e parentes.

(Texto adaptado)

 3.      Conclusão

Com a realização foi possível chegar a conclusão de que a composição escrita de textos requer do escritor conhecimentos sobre a linguagem escrita, a gramática e sintaxe, os meios de retórica, o tema e aqueles relativos à estrutura e aos requisitos específicos à tipologia textual em elaboração. Para além destes, e para que um texto seja eficaz e cumpra os propósitos do seu autor, é necessário que este disponha de conhecimentos sobre o destinatário e que saiba aplicar estratégias de escrita, como a planificação, a textualização e a revisão.

 4.      Referências bibliográficas

·         Azevedo, F. (2000). Ensinar e aprender a escrever através e para além do erro. Porto Editora.

·         Bordini, G. e AGUIAR, V. T. (1998). A formação do leitor, S. Paulo, Edições Marcado Aberto.

·         Diana, Daniela (2015).  Coerência e coesão textual Disponível em: https://www.todamateria.com.br/coerencia-textual/

·         Figueiredo, Cândido, (1986). Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Vol. 1 e 2, Lisboa, Bertrand Editora.

·         Fonseca, F. I. (1992). A urgência de uma pedagogia da escrita, Mathesis, 1, Centro Regional de Viseu da Universidade Católica Portuguesa.

·         Rocha, Maria (2011). Progressao textual, in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Disponível em: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/progressao-textual/7875

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