domingo, 8 de agosto de 2021

Contabilidade

 

ÍNDICE

ÍNDICE DE FIGURAS. iii

1. Contabilidade. 4

1.1. História. 6

1.2. Usuários da contabilidade. 8

1.3. Objectivos da contabilidade. 8

1.4. Fenómenos contábeis. 11

1.5. Demonstrações contábeis. 12

1.6. Dimensões contábeis. 12

1.7. Correntes do pensamento científico. 13

1.8. Técnicas contábeis. 14

1.9. Equação fundamental da contabilidade. 14

1.10. Contas contábeis. 15

1.11. Débito e crédito. 15

2.    Bibliografia. 16

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1:fluxo de caixa é uma das ferramentas mais utilizadas pelas ciências contábeis… 4

Figura 2: Fabricação de cerveja no Egipto antigo com escriba registrando o número de garrafas produzidas……………………………………………………………………………. 6

Figura 3: Gravura de 1517 mostrando o banqueiro Jacob Fugger em seu escritório ditando para seu contador-chefe M. Schwarz……………………………………………………………….. 6


1.      Contabilidade

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Figura 1:fluxo de caixa é uma das ferramentas mais utilizadas pelas ciências contábeis

Contabilidade é uma ciência aplicada, que tem como objecto de estudo o património das entidades (ou a azienda, que é o património mais a pessoa que o administra), seus fenómenos e variações, tanto no aspecto quantitativo quanto no qualitativo, registrando os fatos e actos de natureza económico-financeira que o afectam e estudando suas consequências na dinâmica financeira. "Contabilidade" deriva do termo italiano contabilità, numa referência ao uso das contas contábeis. Em suma, a contabilidade é a ciência que mede a riqueza (património) e a sua evolução.

A Contabilidade é a ciência que mede a realidade económica  de uma organização a fim de permitir o planejamento e controle adequados de entidades económicas. Trata-se de um ramo do conhecimento cujos fundamentos e objectivos giram em torno da obtenção de medidas quantitativas e qualitativas para a tomada de decisões, através da aplicação de ferramentas e técnicas matemáticas para a produção de relatórios/demonstrativos contábeis/financeiros que evidenciem uma interpretação adequada da realidade económica, financeira, física e patrimonial das entidades.

Consequentemente, o processo de análise financeira baseia-se na aplicação de ferramentas e num conjunto de técnicas que se aplicam às demonstrações financeiras e outros dados complementares com o objectivo de obter medidas e relações quantitativas que indiquem o comportamento, não apenas da entidade económica, mas também de algumas de suas variáveis ​​mais importantes. Contabilidade é, portanto, a ciência da medição, processamento e comunicação de informações económico-financeiras sobre entidades económicas, sejam elas empresas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos ou uma nação (Contabilidade Nacional).

A contabilidade, referida frequentemente como a "linguagem dos negócios", mede os resultados das actividades económicas de uma organização e transmite essa informação a uma variedade de usuários incluindo investidores, credores, gerentes e agentes reguladores. Os praticantes de contabilidade são conhecidos como Contabilistas. A contabilidade também pode ser enxergada sob o ponto de vista das ciências exactas como um modelo. Nesse caso, tal modelo é construído através de simplificações do funcionamento económico-financeiro de uma entidade.

O modelo contábil assume premissas e, a partir destas, retracta o estado financeiro actual de uma entidade e os fluxos financeiros que compuseram cada um de seus estados. Como resultado, o modelo contábil gera resultados padronizados que podem ser comparados entre si e possibilitam também a comparação transversal de entidades diferentes. Conforme o economista Paulo Sandroni, a contabilidade é a ciência que "cuida da classificação, registro e análise de todas as transacções realizadas por uma empresa ou órgão público, permitindo dessa forma uma constante avaliação da situação económico-financeira.

Tem por objecto o património económico das pessoas físicas ou jurídicas, comerciais ou civis, bem como o património público e as questões financeiras do Estado. Seu objectivo é permitir o controle administrativo e o fornecimento de informações precisas a investidores, credores e ao público. Envolve todos os aspectos empresariais ou públicos que possam ser expressos em números, como o activo (propriedade), o passivo (dívidas), as receitas e despesas, os lucros e perdas e os direitos de investidores".

De acordo com a doutrina oficial brasileira (organizada pelo Conselho Federal de Contabilidade), a contabilidade é uma ciência social da mesma forma que a economia e a administração. Esta ciência surgiu em decorrência de necessidade, quando a sociedade produzia excedentes que necessitavam ser contabilizados. No Brasil, os profissionais de contabilidade em geral são chamados de contabilistas. Aqueles que concluem os cursos de nível superior de ciências contábeis recebem o diploma de bacharel em ciências contábeis.

Recebem a titulação de contador os bacharéis aprovados no exame de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade. Recebem o título de técnico de contabilidade os profissionais que têm formação de nível técnico e que tenham obtido seu registro até 1 de Junho de 2015. Em maiô de 2016, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) apurou, no Brasil, a existência de 572 961 profissionais da contabilidade e 53 321 organizações contábeis activas. A pedra-símbolo da contabilidade é o rubislite. O rubislite faz parte do anel do contabilista, que representa a capacitação profissional do contador.

O padroeiro dos contadores é São Mateus, que era colector de impostos. O dia do contador é comemorado em 22 de Setembro enquanto que o dia do contabilista é comemorado em 25 de Abril.

1.1. História

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Figura 2: Fabricação de cerveja no Egipto antigo com escriba registrando o número de garrafas produzidas

Há relatos de que as primeiras manifestações contábeis datam de cerca de 2000 a.C., com os sumérios e há quem diga que a linguagem escrita foi inventada por contadores primitivos. Num mercado baseado na troca de mercadorias, a contabilidade servia para definir quanto alguém possuía de uma determinada mercadoria e qual o valor de troca dessa mercadoria em relação a outra.

A contabilidade iniciou-se empiricamente com Leonardo Fibonacci. Com o monge Luca Pacioli, principal divulgador do método das partidas dobradas, encerrou-se a fase empírica e menos organizada da contabilidade a partir do século XV.

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Figura 3: Gravura de 1517 mostrando o banqueiro Jacob Fugger em seu escritório ditando para seu contador-chefe M. Schwarz

No tempo do rei Dom Fernando I, no Reino de Portugal, eram os contadores e os porteiros que desempenhavam as funções de contabilistas e estes respondiam perante os Vedores da Fazenda da casa régia.

Até a primeira metade da década de 1970, o profissional do ofício técnico também era conhecido como "guarda-livros" (correspondente do inglês bookkeeper), mas o termo caiu em desuso.

complexidade crescente das corporações e governos levou a uma preocupação da sociedade com a organização da actividade contábil. Até meados do século XX, muitos autores a viam como um processo (alguns a chamavam por isso de contabilidade histórica). Com a popularização da visão sistémica e o advento do estruturalismo, que passaram a ser desenvolvidos na economia e na sociologia, os autores contábeis começaram a pensar em termos estruturalistas: no Brasil, diante das peculiaridades próprias da aplicação da matéria, foi proposto um sistema de funções (ver funcionalismo) que atendesse os três principais objectivos contábeis: registro, controle e informação. Mas logo surgiriam outras propostas, visando a satisfazer diferentes usuários da actividade contábil:

·         Em economia, foi proposto a contabilidade ser um sistema inserido dentro dos sistemas económicos maiores, como o das empresas (microeconomia) e dos governos (macroeconomia). Dessa forma passou a ser visto com naturalidade o uso da matemática e da estatística para obtenção e interpretação das informações contábeis;

·         Em administração, surgiu a proposta de um sistema baseado em princípios contábeis, capaz de organizar a actividade para fins de atender a padronização da informação contábil e de outras necessidades dos administradores;

·         Em países como o Brasil, onde a legislação é um factor decisivo na forma final que receberá a actividade, há a ideia do Sistema de Contabilidade ser um sistema de escrituração: a contabilidade de custos, por exemplo, é vista pelos legisladores como um sistema à parte do sistema contábil, havendo um dispositivo que permite, contudo, que a empresa possa optar por integrar ou não, à sua escrituração, o sistema de custos.

Todos os três tipos de propostas acima sofreram inúmeras modificações ao longo dos anos, que procuraram acompanhar o desenvolvimento acelerado das actividades económicas e administrativas. Não se pode negar que a proliferação dos sistemas informatizados de contabilidade foi a mais profunda inovação para a actividade. Informações transmitidas via internet e o uso de softwares contábeis estão revolucionando o ambiente contábil.

A contabilidade não poderia ignorar os inúmeros recursos que a informática pode proporcionar ao seu mister de controle e estudo do património. Ao contrário do que possa parecer, todavia, esses sistemas não eliminaram totalmente a contabilidade tradicional. Eles organizam os dados em informações como qualquer software administrativo, mas, sem o conhecimento científico e profissional contábil capaz de trabalhar essa infinita gama de informações, não conseguirão servir com eficácia aqueles que, em última instância, foram quem patrocinaram todas as mudanças da actividade: os citados usuários (gestores, legisladores, accionistas, etc.).

1.2. Usuários da contabilidade

Os usuários tanto podem ser internos como externos, e, mais ainda, com interesses diversificados, razão pela qual as informações geradas pela entidade devem ser amplas e fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu património, permitindo a realização de inferências sobre o seu futuro.

Os usuários internos incluem os administradores de todos os níveis, que usualmente se valem de informações mais aprofundadas e específicas acerca da Entidade, notadamente aquelas relativas ao seu ciclo operacional. Já os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis.

Em países com um activo mercado de capitais, assume importância ímpar a existência de informações corretãs, suficientes e inteligíveis sobre o património das Entidades e suas mutações, com vista à adequada avaliação de riscos e oportunidades por parte dos investidores, sempre interessados na segurança dos seus investimentos e em retornos compensadores em relação às demais aplicações. A qualidade dessas informações deve ser assegurada pelo sistema de normas alicerçado nos Princípios Fundamentais, o que torna a contabilidade um verdadeiro catalisador do mercado de acções.

O tema é vital e, por consequência, deve-se manter vigilância sobre o grau em que os objectivos gerais da contabilidade aplicada a uma actividade particularizada estão sendo alcançados. O entendimento das informações pelos próprios usuários pode levá-los a conclusão da necessidade de valer-se dos trabalhos de profissionais da contabilidade.

1.3. Objectivos da contabilidade

Conforme as Normas Internacionais de Contabilidade (The Conceptual Framework for Financial Reporting - IASB – BV 2011 Blue Book), o objectivo da contabilidade financeira é gerar informação económica útil para qualquer pessoa interessada no desempenho da entidade que reporta a informação.

As informações geradas pela contabilidade devem ajudar investidores e credores actuais e potenciais a tomar decisões de investimento e de crédito. Para avaliar as perspectivas da entidade em termos de entrada de fluxos de caixa futuros, investidores existentes e em potencial, credores por empréstimo e outros credores necessitam de informação acerca de recursos da entidade, reivindicações contra a entidade, e o quão eficiente e efectivamente a administração da entidade e seu conselho de administração têm cumprido com suas responsabilidades no uso dos recursos da entidade.

Exemplos de referidas responsabilidades incluem a protecção de recursos da entidade de efeitos desfavoráveis advindos de fatos económicos, como, por exemplo, mudanças de preço e de tecnologia, e a garantia de que a entidade tem cumprido as leis, com a regulação e com as disposições contratuais vigentes. Informações sobre a aprovação do cumprimento de suas responsabilidades são também úteis para decisões a serem tomadas por investidores existentes, credores por empréstimo e outros que tenham o direito de votar ou de outro modo exerçam influência nos actos praticados pela administração.

O objectivo da contabilidade financeira é fornecer informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter participações em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito.

Relatórios contábil-financeiros, gerados pela contabilidade financeira, fornecem informação acerca da posição patrimonial e financeira da entidade que reporta a informação, a qual representa informação sobre os recursos económicos da entidade e reivindicações contra a entidade que reporta a informação. Os relatórios contábil-financeiros também fornecem informação sobre os efeitos de transacções e outros eventos que alteram os recursos económicos da entidade que reporta a informação e reivindicações contra ela. Ambos os tipos de informação fornecem dados de entrada úteis para decisões ligadas ao fornecimento de recursos para a entidade.

As informação sobre a natureza e os montantes de recursos económicos e reivindicações da entidade que reporta a informação pode auxiliar usuários a identificarem a fraqueza e o vigor financeiro da entidade que reporta a informação. Essa informação pode auxiliar os usuários a avaliar a liquidez e a solvência da entidade que reporta a informação, suas necessidades em termos de financiamento adicional e o quão provavelmente bem sucedido será seu intento em angariar esse financiamento. Informações sobre as prioridades e as exigências de pagamento de reivindicações vigentes ajudam os usuários a predizer de que forma fluxos de caixa futuros serão distribuídos entre aqueles com reivindicações contra a entidade que reporta a informação.

De modo geral, os objectivos da contabilidade variam conforme a área da contabilidade. Exemplos:

·         Contabilidade Ambiental tem o objectivo de gerar informações que envolvam a interacção da empresa com o meio ambiente, e que sejam úteis para a tomada de decisão dos usuários internos e externos, Enquanto veículo de divulgação das informações ambientais, pode oferecer ferramentas necessárias ao controle e divulgação do processo de gestão ambiental implantado pelas empresas, de acordo com os objectivos fixados.

·         Os objectivos da Contabilidade Financeira provêm dos órgãos reguladores, em especial, International Accounting Standard Board (IASB), em nível mundial, Financial Accounting Standard Board (FASB), no ambiente norte-americano, e Comissão de Valores Mobiliários (CVM), quando se trata do Brasil. O objectivo da contabilidade financeira é gerar relatórios contábeis-financeiros de propósito geral, tais como Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício.

·         O objectivo da Contabilidade Aplicada ao Sector Público é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, económica, financeira e física do património da entidade do sector público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social.

·         Os objectivos da contabilidade de custos é mensurar e demonstrar informações financeiras e não financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recursos pela organização. A contabilidade de custos deve: fornecer informações para computar o custo de serviços, produtos e outros objectos de interesse da gestão; fornecer informações para o planejamento e controle; e fornecer informações para a tomada de decisão.

·         Contabilidade nacional objectiva mensurar os principais agregados macroeconómicos Trata-se de um sistema contábil que permite a avaliação da actividade económica. Tem o objectivo de mostrar a situação económica de um país ou de uma região em termos quantitativos.

Para Horngren, Foster e Datar (2000), a contabilidade deve fornecer informações com vistas ao atendimento dos seguintes objectivos:

·         Formulação das estratégias gerais e dos planos de longo prazo – inclui o desenvolvimento de novos produtos e os investimentos em activos tangíveis (móveis) e intangíveis (marcas, patentes ou recursos humanos) e, frequentemente, contempla a elaboração de relatórios específicos;

·         Decisões de alocação de recursos com ênfase no produto e no cliente – envolve frequentemente a elaboração de relatórios sobre a rentabilidade dos produtos ou serviços, categorias de marcas, clientes, canais de distribuição, etc;

·         Planejamento e controle de custo das operações e actividades - engloba relatórios sobre receitas, custos, activos e exigibilidades das divisões, fábricas e outros centros de responsabilidade;

·         Mensuração do desempenho e avaliação das pessoas - envolve o estudo comparativo dos resultados planejados com aqueles obtidos, podendo basear-se em medidas financeiras ou não financeiras;

·         Adequação com a regulamentação externa e as exigências legais de publicação dos demonstrativos - abarca relatórios financeiros que são fornecidos aos accionistas que estão tomando decisões de comprar, manter ou vender acções da companhia.

 

1.4. Fenómenos contábeis

Dentro de uma visão estruturalista com objectivos económicos, os fenómenos contábeis se estudam sob os aspectos ambientais e que são os que envolvem o património; dividem-se em:

·         Endógenos: do ambiente aziendal;

·         Exógenos: do ambiente social, económico, político, ecológico, legal, etc.

Mas também há a visão estruturalista com objectivos sociológicos, no qual o património é substituído como objecto pela gestão empresarial e pela informação. Nesse sentido, os fenómenos endógenos seriam os voltados para a informação dirigida a gestão, enquanto os fenómenos exógenos seriam os voltados para a informação de mercado (em inglêsdisclosure).

Para serem reconhecidos como dados contábeis, dentro de um sistema contábil objectivo, os fenómenos devem estar materializados em fatos contábeis, os quais devem ser escriturados. Ou então em actos, que podem se tornar objecto de escrituração caso haja o objectivo de se implementar um controle administrativo contábil para fins de informação. Dessa forma, um sistema contábil deve ser aquele capaz de organizar os fatos contábeis a partir de três objectivos primordiais: registro, controle e informação.

1.5. Demonstrações contábeis

As demonstrações financeiras são relatórios contábeis que apoiam a tomada de decisão nas empresas. Os demonstrativos mais importantes são:

·         Balanço patrimonial;

·         Demonstração do resultado do exercício (DRE);

·         Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);

·         Demonstração das mutações do património líquido (DMPL);

·         Demonstração do Valor Adicionado (DVA);

·         Notas explicativas.

Outras demonstrações financeiras incluem:

·         Demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR);

·         Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA);

·         Relatório de gestão;

·         Parecer dos auditores independentes.

 

1.6. Dimensões contábeis

Como contribuição para a sistematização e estudo desses fenómenos da prática contábil, poderíamos partir para uma classificação de "dimensões contábeis", dos seguintes grupos de relações formados a partir do ponto de vista dos contabilistas, e derivados das influências mais importantes observadas na actividade prática:

·         Dimensão jurídica;

·         Dimensão administrativa;

·         Dimensão económica.

As relações com várias outras matérias, apesar de intensas com algumas não citadas tal como por exemplo a informática ou ciência da computação, não se caracterizaria como uma nova dimensão pois, nessa relação, prevalece um carácter lógico-matemático estranho à matéria contábil. Mas, havendo o desenvolvimento para outras ciências relacionadas que não se atenham aos princípios da programação e processamento de dados, como parece ser a proposta de uma ciência da informação, essa restrição pode ser revista.

Dentro da dimensão económica da matéria, pode-se considerar que os fatos contábeis se baseiam nas seguintes razões lógicas:

·         azienda tem necessidades;

·         De acordo com as necessidades, cria suas finalidades ou metas;

·         Para suprir as necessidades busca meios;

·         O exercício ou utilidade dos meios gera funções.

O assunto, geralmente, é estudado sob o título "contabilidade multidimensional".

1.7. Correntes do pensamento científico

Entende-se a contabilidade como ciência pois:

·         Tem um objecto próprio de estudos;

·         Estuda o objecto sob um aspecto peculiar ou próprio;

·         Estabelece leis (relações entre fatos de validade geral e perene);

·         Enseja a previsão de fatos;

·         Tem metodologia específica;

·         Tem tradição como conhecimento;

·         Enseja aplicação do seu conhecimento.

Existem diversas correntes do pensamento científico da Contabilidade, sendo as consideradas próprias de figurarem como de dimensão predominantemente económica as seguintes:

·         Materialismo contábil;

·         Controlismo contábil;

·         Aziendalismo;

·         Patrimonialismo;

·         Universalismo;

·         Neopatrimonialismo.

As correntes abaixo serviram para se reconhecer uma dimensão jurídica da contabilidade, a saber:

·         Contismo;

·         Personalismo.

A ressaltar ainda as teorias e técnicas desenvolvidas pelos anglo-americanos, as quais se enquadram na dimensão administrativa da Contabilidade e que, apesar de não se revestirem de carácter científico, são bastante influentes: auditoria (auditoria interna e auditoria externa), princípios contábeis geralmente aceitos (GAAPs), contabilidade divisional, contabilidade gerencial, da análise financeira e da consolidação dos balanços.

1.8. Técnicas contábeis

A fim de atingir sua finalidade, a contabilidade utiliza as seguintes técnicas:

·         Escrituração: consiste em efectuar, de forma sistematizada, os registros das ocorrências que influenciam a evolução patrimonial. A escrituração, portanto, é realizada levando em consideração a ordem cronológica de todos os acontecimentos. A técnica contábil da escrituração é baseada em documentos comprobatórios, ou seja, todos os acontecimentos a serem escriturados devem corresponder a um documento legalizado que comprove a sua veracidade;

·         Demonstrações contábeis: consiste em apresentar todos os registros efectuados em uma forma condensada, que apresente os resultados atingidos pela empresa em um determinado período. Os fatos registrados devem constar em demonstrações expositivas, que, segundo a lei 6 404/76, são denominadas demonstrações financeiras;

·         Auditoria: técnica que busca ratificar a exactidão dos registros já efectuados e apresentados nas demonstrações contábeis. Consiste em um exame pormenorizado de todos os dados escriturados pela contabilidade, verificando se todos foram efectuados seguindo os princípios fundamentais da contabilidade. Essa técnica pode ser aplicada de duas formas distintas: auditoria interna e auditoria externa;

·         Análise de balanço: levando em consideração que as demonstrações contábeis representam dados sistematizados, que apresentam de forma sintética os resultados da empresa, nem sempre os usuários têm condições de interpretá-los. Assim, cabe à própria contabilidade decompor, comparar e interpretar os demonstrativos contábeis, com a finalidade de fornecer informações mais ágeis para os usuários.

 

1.9. Equação fundamental da contabilidade

A contabilidade toma emprestado muitos conceitos e ferramentas de outras ciências. No entanto, tem algo que é exclusivamente seu, que é a chamada "equação fundamental da contabilidade". Esta equação é escrita na forma A=P+PL e significa que o total de activos (A) sempre é igual à soma do total de passivos (P) com o património (PL). Ela é desdobrada da equação A=P, anterior às teorias que introduziram o conceito de PL como a diferença entre activos e passivos.

1.10.  Contas contábeis 

Contas contábeis são a essência da contabilidade, que já foi chamada de "ciência das contas". Sem as contas, preferencialmente organizadas na forma cartesiana ou racional (ver análise contábil) e escrituradas pelo método das partidas dobradas (ver Escrituração), os sistemas de informação que se utilizam de dados empresariais devem ser denominados de gerenciais ou administrativos - e não contábeis (ver sistema de informação contábil).

As contas contábeis devem ser expressas com títulos em conformidade com os actos e fatos administrativos provocados, e figurar num plano de contas, de acordo com as suas características, similaridades ou eventos económicos produzidos. Uma conta deve representar facilmente a operação realizada por uma entidade.

Conforme o artigo 178 da Lei 6 404/76, "no balanço patrimonial, as contas serão classificadas segundo os elementos do património que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia".

1.11.  Débito e crédito

Nos livros contábeis, os débitos se inscrevem no lado esquerdo das contas, e os créditos, no lado direito. Pelo método das partidas dobradas, a cada operação, correspondem um ou mais débitos e um ou mais créditos, sendo que a soma dos créditos será igual à soma dos débitos correspondentes. Se uma conta possuir mais débitos que créditos, terá saldo devedor, e se possuir mais créditos que débitos, terá saldo credor.

O facto de se identificarem as origens (credores) e destinos (devedores) dos recursos faz com que os conceitos de débito e crédito sejam difíceis de se compreender à primeira vista, já que eles são erroneamente associados a diminuições e aumentos de capital, respectivamente. Ou seja: crê-se, erroneamente, que débito é sempre ruim e que crédito é sempre bom.

 

 

 

 

 

2.      Bibliografia

·         SÁ, Antônio Lopes de, Fundamentos da contabilidade geral. Curitiba: Juruá, 2005.

·         Venceslau, Fábio Ygor N., A importância do planejamento no processo de gestão, Belém, 2007, folha 22.

·         Monografia (Especialização em Contabilidade e Controladoria), Faculdade de Estudos Avançados do Pará, Belém, 2007.

·         Prado, Claudio R. do, "Princípios contábeis e sua aplicabilidade", Curitiba PR, Editora Prado.

·         Alleader, Marco Trevissani "A História da Contabilidade" «A História da Contabilidade»

·         Ribeiro, Osni Moura, "Contabilidade Comercial Fácil", Editora Saraiva, 4a. edição, 1991, ISBN 85-02-00852-8 e ISBN 85-02-00853-6.

·         Ribeiro, Osni Moura, "Contabilidade Básica Fácil", Editora Saraiva, 12a. edição, 1991, ISBN 85-02-00854-4 e ISBN 85-02-00856-2.

 

 

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