Índice
2.1.1. De acordo com a possibilidade de
identificação ou não dos custos às unidades produzidas
2.1.2. De acordo com a variação dos custos com
relação ao nível de actividades
2.2. Custos que representam desembolso e custos
que são imputados
O presente trabalho visa abordar
sobre custos financeiros, pois estes são conceituados como sendo os gastos que uma empresa
tem e que estão directamente relacionados ao processo de produzir bens e
serviços para serem vendidos no mercado. É através
dos custos que uma empresa consegue os insumos e mão de obra
necessários para realizar suas actividades produtivas. Uma montadora, por
exemplo, precisa gerar custos para conseguir as máquinas, peças e os
trabalhadores necessários para montar os carros. Já para vendê-los ela irá
gerar custos com logística, como os gastos com marketing, transporte,
pátios para guardar os carros, entre outras coisas mais. Estes custos
podem ser divididos em várias categorias: custos directos, custos indirectos,
custos fixos, custos variáveis, custos financeiros, entre outros. Como
mencionado anteriormente o trabalho será desenvolvido falando dos custos
financeiros desde o seu conceito, descrição e tipos.
1.1. Objectivos
·
Compreender os custos financeiros.
·
Conceituar os custos;
·
Classificar os custos
·
Explicar os custos que representam
desembolso e custos que são imputados;
·
Descrever a estrutura de custos.
Para fazer face a realização do trabalho foi
necessário a consulta de fontes de modo a adquirir informações que versam sobre
o conteúdo em estudo. As tais fontes incluem manuais físicos que se referem a
livros e trabalhos realizados anteriormente e manuais electrónicos adquiridos
por via da internet e os seus respectivos indicadores estão presentes na última
página do trabalho, onde estão pontuados como referências.
Custo é a expressão monetária do consumo ou desgaste
de factores necessários
à produção de
um bem ou serviço. Todo processo de
produção de um bem supõe consumo ou desgaste de uma série de factores
produtivos. O conceito de custo está ligado ao sacrifício incorrido para
produzir esse bem. Então, o custo pode ser definido como
sendo qualquer recurso sacrificado ou decidido para atingir um objecto
específico. Para orientar as suas decisões, os gestores necessitam de dados
sobre determinada actividade.
Querem o custo de qualquer actividade ou produto ou
centro de responsabilidades para o qual se deseja uma medida separada de custos
que constitui o objecto dos custos. A adopção de controles internos em
empresas fabris há muito tem sido um procedimento administrativo imprescindível
para monitorar o desempenho das diversas áreas e respectivos
sectores/departamentos. Inicialmente, os controles internos eram utilizados para
proteger os activos das organizações, ao longo dos anos, foram aprimorados e
passaram a servir prioritariamente como fonte de informações úteis à tomada de
decisões gerenciais.
Essa evolução também aconteceu no âmbito dos controles
internos relacionados com os itens estocados, uma vez que o foco inicial na
mensuração da quantidade física existente foi expandido para responder a
questões ligadas à adequação dos valores monetários de insumos ou produtos
prontos armazenados e aos respectivos prazos de estocagem, entre outros
aspectos relevantes (WERNKE; VARGAS, 2014).
Com a rentabilidade da empresa tornando-se cada vez
mais apertada, mudanças se fazem necessárias para que as organizações se
adaptem às rápidas transformações do ambiente externo. É importante ter
informações de custos adequadas para apoiar decisões de planejamento, e assim
não se cometam decisões erradas.
Kaplan e Cooper (1998) esclarecem que: As mudanças nos
negócios ocorridas desde meados da década de 70, desencadeadas pela competição
global e pelas inovações tecnológicas, provocaram inovações impressionantes
quanto à utilização de informações financeiras e não financeiras pelas
empresas. O novo ambiente demanda informações mais relevantes relacionadas a
custos e desempenho das actividades, processos, produtos, serviços e clientes.
No passado, muitas empresas tentaram suprir as suas necessidades de informações
para a tomada de decisões com um único sistema de custeio.
Mas como a variedade de produtos e processos era
limitada, sem contar que a excelência nos processos de manufactura não era
essencial ao sucesso, talvez um único sistema de custeio bastasse. Portanto,
não existe um único custo para um produto ou serviço que possa ser utilizado
para diversas finalidades. Cada objectivo exige um custo diferente. Para
calcular um determinado custo, é preciso saber qual será a sua finalidade, ou
seja, a qual objectivo irá atender. Qualquer empresa para dar início, e
desenvolver as suas actividades, sejam elas industriais, comerciais ou na área
de serviços, deve, necessariamente alocar uma certa quantidade de recursos,
expressos em valores monetários.
Assim, adquirirá máquinas, equipamentos, móveis e
demais utensílios que serão instalados em um determinado local (próprio ou
alugado); contratará empregados; comprará matéria-prima, materiais secundários,
materiais de escritório; contratará vendedores, investirá em propaganda, etc.
Quando estiver em funcionamento, deverá pagar os seus fornecedores e os seus
empregados; incorrerá em despesas tributárias e, enfim, realizará uma série de
outros gastos necessários para a fabricação e venda de seus produtos e/ou
serviços.
A identificação de onde os recursos serão colocados,
bem como o montante adequado a ser aplicado, depende das actividades da empresa,
dos produtos e/ou serviços fabricados e vendidos, dos mercados onde a empresa
actua e de outros aspectos por ela considerados e analisados quando do
estabelecimento de sua estratégia global de actuação, tanto a nível de sua
estrutura quanto ao nível de seu funcionamento.
Na medida em que os recursos vão sendo utilizados,
transformam-se e são consumidos nos produtos fabricados e vendidos pela
empresa. Dessa forma, a empresa incorre em uma série de gastos para a
fabricação e venda de seus produtos, gastos estes que podem ser chamados, na
acepção mais ampla do termo, de custos. Custos
são, portanto, os recursos utilizados e consumidos pela empresa para a
fabricação e venda de seus produtos e serviços.
Os recursos utilizados pela Empresa para a fabricação
e venda de seus produtos podem ser analisados, identificados e classificados de
várias formas. Assim, podemos agrupar os custos ocorridos ou a ocorrer na
Empresa, utilizando diversos critérios.
2.1.1.
De acordo com a possibilidade de identificação
ou não dos custos às unidades produzidas
a)
Custos Directos
São todos os custos que podem ser directamente
associados às unidades produzidas (ou vendidas). Tais são, por exemplo, os
custos com matéria prima, com mão de obra directa, com materiais de embalagem,
com comissões, com despesas tributárias (ICM, IPI).
b)
Custos Indirectos
São todos os custos que não podem ser directamente
associados às unidades produzidas (ou vendidas). Tais são, por exemplo, as
despesas administrativas, os demais custos de fabricação (mão-de- obra
indirecta de produção, energia eléctrica, materiais secundários), as despesas
financeiras.
2.1.2.
De acordo com a variação dos custos
com relação ao nível de actividades
a)
Custos Variáveis
São todos os custos que aumentam ou diminuem de acordo
com as alterações no volume de produção ou venda de uma empresa, numa
determinada unidade de tempo. Assim, os custos com matéria- prima, materiais
secundários, energia eléctrica, salários com mão de obra directa, despesas
tributárias, comissões, despesas financeiras com capital de giro, aumentam ou
diminuem de acordo com as unidades produzidas, mês a mês.
b)
Custos Fixos
São todos os custos que permanecem inalterados, apesar
das variações no volume de produção de uma empresa. É o caso das despesas
administrativas, aluguel, depreciação, taxas, seguros, ordenados com mão de
obra indirecta.
2.1.3. De
acordo com a origem funcional dos custos
a)
Custos de fabricação;
b)
Despesas administrativas;
c)
Despesas comerciais;
d)
Despesas financeiras.
e) Despesas
tributárias.
A estes grupos de custos e despesas funcionais podem
ser agregados outros grupos, dependendo das características e forma de actuação
da empresa com os seus clientes. Assim, por exemplo, podem ser identificadas despesas
de distribuição, despesas com transporte, despesas com montagem externa,
despesas com projectos, etc.
2.2. Custos que representam desembolso e custos que são
imputados
a)
Custos que representam desembolso ou saída
de valores monetários. Por exemplo, pagamento de salários, materiais, aluguel,
impostos, etc.
b) Custos
que não representam saída de valores monetários, mas são calculados e agregados
ao custo total dos produtos. É o caso de: depreciação, juros sobre o capital
imobilizado, custo do capital de giro próprio.
O quadro a seguir exemplifica uma classificação de
custos e despesas, baseada nos vários critérios apresentados. É evidente que
alguns dos itens de custos e despesas tem características diferentes de empresa
para empresa. Assim, por exemplo, energia eléctrica em alguns casos pode ser um
custo fixo.
2.3. Estrutura de custos
A partir da classificação vista no item anterior é
possível identificar a estrutura de custos e despesas de uma empresa.
Complementando-a com a estrutura de receitas (composto de vendas) e a análise
do resultado do período, obtém-se uma série de informações e dados a serem
utilizados com diversos objectivos, como por exemplo, controle de custos,
sistema de custeio a ser adoptado, etc.
A discussão desses temas deve ter como ponto de
partida e pano de fundo, a preocupação com a taxa de retorno da empresa,
objectivo básico da empresa capitalista, já que tanto a margem de lucro quanto
a rotação do capital produtivo estão directamente ligados à estrutura de custos
e receitas do empreendimento. Neste sentido, e tendo presente as diferentes
classificações de custos, anteriormente discutidas, deve-se entender a
estrutura de custos e despesas, como um instrumento para decisão e controle de
custos.
Formalmente a estrutura de Custos e Despesas mostra a
participação de cada elemento de Custo e Despesa (aqui chamada
indiscriminadamente de Custo) no total de custos da empresa, num dado período,
ou a sua proporção em relação ao Facturamento do mesmo período. Verifica-se,
desse modo, quanto se "gastou" para fabricar o produto da empresa,
desde a compra das matérias- primas até sua entrega aos clientes. Contém,
portanto, os Custos de Fabricação, Administrativos, Comerciais, Financeiros,
Tributários, etc.
Evidentemente, esta estrutura será específica para
cada empresa, reflectindo sua estrutura administrativa, a tecnologia empregada
na produção, o número de empregados que possui, a estrutura comercial e a
política de vendas que pratica, etc.
Percebe-se, desde logo, a existência de diferentes
estruturas de custos dentro de empresas até do mesmo ramo e porte, reflectindo
diferentes usos dos recursos disponíveis em cada uma delas, além de formas
diferentes de administrar os recursos existentes.
Objectivamente, de uma Estrutura de Custos pode-se
obter:
1. A
participação dos diferentes tipos de Custos e Despesas na produção dos bens
fabricados pela empresa.
2. Os
principais itens de Custo a serem acompanhados e controlados periodicamente.
3. Informações
acerca do método ou métodos mais adequados de apropriação dos Custos aos
produtos elaborados pela empresa.
A própria estrutura de Custos e Despesas reflecte uma
certa Estrutura de Receitas (ou composto de Vendas) do empreendimento, ou seja,
o fato da empresa vender (por opção própria ou obrigada pelo mercado)
determinada quantidade de certos itens de sua(s) linha(s) a determinados
preços, interfere directamente na sua estrutura de custos, na medida em que
obriga a um gasto determinado com matéria-prima, operários, supervisores,
energia eléctrica, máquinas, embalagens, vendedores, etc.
A Estrutura de Receitas indica quais produtos, em que
quantidade e a que preço estão contribuindo para o facturamento total da
empresa no período analisado.
Assim, evidentemente, a estreita relação existente
entre a Estrutura de Custos e a Estrutura de Receitas apresenta uma indicação
clara de como se formou o Resultado da empresa no período, indicação este de
extrema importância tanto para o controle (que itens foram produzidos e quanto
custaram), quanto para decisões frente ao mercado da empresa (quanto produzir e
quais itens para um melhor resultado).
A partir, então, da estrutura de Custos e Despesas, da
estrutura administrativa existente, do porte da empresa e tendo também como
objectivo o controle dos custos, pode ser definido o sistema de custeio a ser
adoptado, sistema de custeio aqui entendido como um método para apropriação dos
custos e despesas no(s) produto(s). Dos diversos métodos existentes destacam-se
dois tipos básicos (Integral e Variável), já os demais (Estimado e Padrão)
podem ser considerados instrumentos auxiliares de análise dos sistemas básicos.
Com a realização do trabalho pude
perceber que os custos financeiros são aqueles inerentes a todo o processo de
estocagem e incluem todo o capital financeiro que foi investido na aquisição
das mercadorias, além de outros custos, como juros e taxas financeiras que a
empresa necessita arcar para poder ter o estoque. Dessa maneira, a
empresa deve analisar cautelosamente os aspectos financeiros para poder tomar
as decisões empresariais adequadas para o mantimento dos estoques em altos
níveis, ou em baixos níveis, como reposição periódica, ou continua, entre
outros aspectos, pois sempre estarão consumindo recursos que são importantes
para todos os sectores empresariais e para o negócio como um todo.
·
Assaf Neto, A.; Lima, F. G. (2009). Curso
de administração financeira. São Paulo: Atlas.
·
Assef, R. (1999) Administração
financeira: pequenas e médias empresas. Rio de Janeiro: Campus.
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Faria, A. C.; Costa, M. F. G. (2005). Gestão
de custos logísticos. São Paulo: Atlas.
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Heymann, H. G.; Bloom, R. (1990). Opportunity
cost in finance and accounting. Westport: Quorum Books.
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Martins, E.; Assaf Neto, A. (1993). Administração
financeira. São Paulo: Atlas.
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Viana, J. J. (2002). Administração de
materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas.
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