domingo, 8 de agosto de 2021

Avaliacao do desempenho das empresas mocambicanas

Índice

1. Introdução. 1

1.1. Objectivos. 1

1.1.1. Objectivo geral 1

1.1.2. Objectivos específicos. 1

1.2. Metodologia. 1

2. Avaliação do desempenho das empresas moçambicanas. 2

2.1. Objectivos da Avaliação de Desempenho. 2

2.2. Aplicações dos Resultados da Avaliação de Desempenho. 2

2.3. A importância da avaliação de desempenho. 3

2.4. Perfil do avaliador de desempenho. 5

2.5. Sistemas de Avaliação de Desempenho (SAD)  em Moçambique. 8

2.5.1. Gestão por Objectivos (GPO) 8

2.5.2. Importância dos Indicadores de Desempenho. 9

2.5.3. Limitações dos Sistemas de Avaliação de Desempenho. 9

3. Conclusão. 12

4. Referência bibliográficas. 13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1.      Introdução

O presente trabalho tem como tema avaliação do desempenho das empresas moçambicanas, pois a avaliação de desempenho, através de aplicabilidade de seus métodos, pode apontar algumas questões organizacionais, como razões do colaborador que possam estar atrapalhando o seu rendimento, além de temas relacionais existentes na empresa e motivação do empregado. A avaliação do desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa, em função das actividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. Esta ideia conduz-nos a dizer que é pertinente referenciar que a avaliação de desempenho propicia benefícios tanto para a organização quanto para o colaborador, ao mesmo tempo em que proporciona um feedback para seu funcionário, ajudando-o a ter uma visão crítica de seu desempenho no trabalho, possibilitando assim à organização identificar as habilidades e competências deste, apontando e direccionando a necessidade de treinamento e desenvolvimento. 

 

1.1. Objectivos

1.1.1.      Objectivo geral

·         Compreender a avaliação do desempenho das empresas moçambicanas.

 

1.1.2.      Objectivos específicos

·         Conceituar a avaliação de desempenho;

·         Apresentar os objectivos da avaliação de desempenho;

·         Indicar as aplicações dos resultados da avaliação de desempenho;

·         Expor a importância da avaliação de desempenho;

·         Descrever o perfil do avaliador de desempenho;

·         Explicar os sistemas de avaliação de desempenho (SAD)  em Moçambique.

 

1.2. Metodologia

Para a elaboração deste trabalho recorri à diversas fontes das quais consultas bibliografias, livros, e artigos disponíveis na internet para tornar fácil a recolha de informações que retractam sobre o tema em estudo. As fontes recorridas para a elaboração do trabalho estão devidamente organizadas última página de modo a facilitar desenvolver pesquisa com base nelas.

 

2.      Avaliação do desempenho das empresas moçambicanas

A avaliação de desempenho é uma ferramenta desenvolvida para avaliar o resultado apresentado pelo colaborador que vai identificar necessidades de desenvolvimento e correcção de problemas bem como fornecer dados que auxiliam processos de promoções e adequações salariais. (Chiavenato, 2003).

2.1. Objectivos da Avaliação de Desempenho 

A avaliação de desempenho sendo uma actividade essencial à gestão de pessoas, por ter implicações importantes para a motivação e progressão na carreira dos funcionários. O processo de avaliação pressupõe que o desempenho de uma organização depende do desempenho de cada pessoa e da actuação dessa pessoa na equipe. Importa referenciar que da avaliação de desempenho resultam três consequências principais: a identificação de necessidades de qualificação, a determinação de potencial e a gestão de remuneração do funcionário. A avaliação de desempenho é um constructo dinâmico com diferentes abordagens, métodos e técnicas pelas quais pode-se localizar problemas de supervisão de pessoal, de integração do colaborador à organização ou ao cargo que ocupa, permitindo amplitude para a subjectividade.

O colaborador está constantemente sendo avaliado pelos membros da organização em que está inserido. Obviamente, este processo toma formas variadas de acordo com sua finalidade e objectivos dos avaliadores. Avaliar o desempenho de um grande número de pessoas dentro das organizações utilizando critérios de equidade e de justiça e, ao mesmo tempo, estimulando as pessoas, não é tarefa fácil. Por esta razão, muitas das organizações constroem seus próprios sistemas de avaliação ajustados às características peculiares do seu pessoal. (Chiavenato, 1999) 

Existem diversas maneiras de classificar os indicadores de desempenho numa organização, e cada empresa através de um estudo que seja baseado no objectivo pretendido e através da análise das variáveis pertinentes de seu ramo, deve encontrar a que melhor possa se adaptar a suas necessidades.

2.2. Aplicações dos Resultados da Avaliação de Desempenho

·         Treinamento e desenvolvimento pessoal, Política de promoções e de transferências de pessoal;

·         Orientação funcional através da retroacção;

·         Aumentos salariais por mérito;

·         Reaproveitamento interno do pessoal devido as mudanças internas;

·         Avaliação de metas e resultados alcançados;

·         Plano de carreira, planeamento de metas individuais ou de metas departamentais.

Quando a organização vê as pessoas como parceiros de seu desenvolvimento, e as pessoas pensam o mesmo em relação à organização, a relação varia do controle para o desenvolvimento. A acção e a cooperação das pessoas tornam-se pertinentes para mudar a forma de administrar e como reflexo desta atitude, é preciso reconhecer o papel da cultura organizacional, percebendo os indivíduos como actores que participam e influenciam as mudanças. Chiavenato (2004)

As novas competências pessoais exigidas pelas empresas nos novos ambientes de negócios são:

a)      Aprender a aprender – flexibilidade, apreensão e inovação;

b)      Comunicação e colaboração – trabalho solidário em grupo;

c)      Raciocínio criativo e resolução de problemas; 

d)      Conhecimento tecnológico; 

e)      Conhecimento de negócios globais; 

f)       Desenvolvimento da liderança; 

g)      Autogerenciamento da carreira.

Os colaboradores ou os envolvidos na organização precisam saber como está indo o desenvolvimento de seu trabalho e fazer as devidas correcções. A organização também precisa identificar as potencialidades de cada colaborador. A aplicação dos resultados da avaliação do desempenho do funcionário, tem sempre em vista a melhoria dos pontos insatisfatórios do empregado quanto ao seu desempenho, sendo assim, reitera-se, a responsabilidade por parte da entidade avaliadora do desempenho deste funcionário o comprometimento de procedê-lo com sensatez.

2.3. A importância da avaliação de desempenho

Milkovich e Boudreau (2008) “afirmam que a avaliação de Desempenho é a maneira pela qual a organização pode mensurar o grau de contribuição do colaborador na execução de seus trabalhos, podendo comparar o resultado das acções praticadas pelo mesmo com as expectativas das organizações.”

A avaliação de desempenho deve ser tomada como uma responsabilidade gerencial que procura monitorar o trabalho de equipa e de cada membro e os resultados alcançados para compará-los com resultados esperados. Preocupa-se com e eficiência e com a eficácia, com a qualidade e com a produtividade. (Chiavenato, 2003).

Avaliar o desempenho humano implica para organização como colaboradores saber sobre as potencialidades de seus colaboradores assim como, sobre suas actividades, respectivamente. Assim, um bom programa de avaliação de desempenho deve beneficiar tanto a organização como um todo assim como as pessoas. 

Para Chiavenato (2008), as principais razões para avaliar o desempenho são: 

a)      Recompensas: justificar aumentos de salários ou demissões;

b)      Retroacção: avaliação do desempenho pelos colegas de trabalho;

c)      Desenvolvimento: cada empregado sabe de seus pontos fortes e pontos fracos; 

d)      Relacionamento: melhora o relacionamento com as pessoas ao seu redor.

A reflexão que se pode tomar em relação a pertinência da avaliação de desempenho é que esta só será eficiente e trará resultados satisfatórios à empresa e ao funcionário se primeiro: houver transparência no processo (estar definido o que se pretende alcançar com os resultados), se a pessoa que avalia exercer a sua tarefa com responsabilidade. Ora vejamos, no contexto moçambicano, a avaliação de desempenho é feita por inerência de funções, isto é, o superior hierárquico ou responsável do sector.  

Este tipo de avaliação de desempenho do funcionário é desvantajoso, por se caracterizar por uma abordagem centralizadora, daí que, uma avaliação de desempenho de carácter centralizador retira por vezes o senso de transparência do processo, envolve empatia no processo.

O que se tem notado no contexto moçambicano é que, os chefes dos sectores ou repartições responsáveis pela avaliação, não o procedem com responsabilidade, na medida em que violam os princípios de objectividade e transparência doa avaliação de desempenho, o que pode certamente trazer malefícios a empresa e trazer desmotivação aos avaliados, o que repercute na sua performance logicamente. 

 

 

2.4. Perfil do avaliador de desempenho

Dentre tantas questões relacionadas com o processo de avaliação de desempenho a questão que sempre se coloca é: 

·         Quem meritório da função de avaliar o desempenho dos funcionários da empresa? 

·         Quais atribuições se encaixam às suas funções? 

·         Qual o objecto de avaliação?

Para responder a estas questões, pode-se dizer que, as organizações utilizando diferentes alternativas a respeito de quem deve avaliar o desempenho do colaborador, nota-se que as mais democráticas e participativas proporcionam ao próprio funcionário a responsabilidade de se auto-avaliar, porém, indica-se um avaliador que reúna requisitos para além de idoneidade, justiça, honestidade e objectividade, os de conhecedor da rotina profissional do avaliado. Outras atribuem a responsabilidade pela avaliação ao chefe/responsável do sector para reforçar a hierarquia.

Outras propiciam a integração do gerente e o subordinado no processo de avaliação para reduzir a diferença hierárquica. Outras atribuem a responsabilidade às equipes, principalmente quando estão estruturadas em equipas auto-suficientes e auto-gerenciadas. Outras ainda adoptam um processo circular de 360 graus na avaliação. Por outro lado, há organizações que centralizam o processo de avaliação numa comissão central. E há outras em que o órgão de GRH centraliza e monopoliza totalmente o processo de avaliação. (Rocha e Dantas, 2007).

A avaliação do desempenho de um profissional é um processo complexo e contínuo, que comporta a análise da actividade que desempenha em função dos objectivos previamente definidos com o fim de vencer as dificuldades e "ajustar o trabalho ao quotidiano do mercado cada vez mais concorrente e desafiador. A sequência em que decorre o processo avaliativo: o antes da avaliação, o durante a avaliação e a prospectiva do futuro (Hadji, 1994) ou tomada de decisão.

Pressupomos o avaliador como um gestor intermédio em quem recaem funções de avaliação de desempenho, ou seja do que a pessoa faz no exercício das suas funções e não da sua personalidade. O avaliador como qualquer pessoa vê a realidade segundo as suas experiências, este é um profissional treinado para observar, descrever, analisar e interpretar. Por outro lado cada avaliador possui a sua história de vida, recheada de valores, crenças, objectivos que condicionam a objectivação da realidade (Casanova, 2005). 

É de pertinência muito grande referir que é difícil para um avaliador abstrair-se da personalidade do avaliado mesmo que inconscientemente, o que no nosso entender constitui um dos erros da avaliação de desempenho. Por isso, o avaliador deve esforçar-se para encontrar um equilíbrio entre o estar próximo mas ao mesmo tempo encontrar-se suficientemente distante de forma a evitar a chamada contaminação (Landsheere, 1969). 

A avaliação enquanto processo deverá ser planificada adequando-se ao contexto em que se realiza e aos padrões que a fundamentam. O contexto deve ser do conhecimento do avaliador (Rodrigues e Peralta, 2008).

Para além da planificação dos tempos em que é realizada a avaliação é necessário planificar cada uma das actividades que compõem o processo avaliativo constituindo o antes da avaliação. Ao avaliador se recomenda que conheça o contexto com todas as suas implicações e dificuldades que o avaliado sente e vive; conhecer o contexto e situação da execução do trabalho em causa e ainda o Regulamento Interno; conhecer quais os referentes assumidos empresa do profissional avaliado a avaliar assim como os instrumentos por ela criados e assumidos. 

No contexto particular da função pública de Moçambique, país em que o pesquisador é nativo e exerce suas funções, debate-se a problemática da formação do avaliador. É necessário que o avaliador possua conhecimento teórico e prático de diferentes técnicas de recolha de dados (observação, entrevistas e inquéritos, notas de campo, incidentes críticos) e de análise de conteúdo para analisar os diferentes documentos apresentados pelo profissional avaliado. 
A existência de um vocabulário epistémico pode resolver alguns problemas de análise e interpretação que surjam no exercício de funções avaliativas (Almeida, 2008:16). 

Uma formação especializada ou a sua ausência influencia o processo avaliativo positivamente ou negativamente, tornando-o objectivo ou subjectivo. Caetano (2008) referencia que a formação deverá centrar-se nos aspectos críticos da avaliação:

·         Os objectivos do sistema; os critérios de avaliação e as dimensões a utilizar;

·         O tipo de medição a utilizar;

·         Os erros cognitivos que podem ocorrer;

·         Os procedimentos específicos a seguir;

·         A estruturação e condução da entrevista de avaliação de desempenho; a formalização da avaliação e etapas seguintes. 

Para uma avaliação de desempenho responsável e eficiente o avaliador, no nosso entender devia possuir um forte poder negocial, capacidade de reflectir com muita delicadeza, respeitar o trabalho e dificuldades das pessoas avaliadas, humildade e aceitação de lacunas e mudanças desejadas ou preconizadas pelo próprio processo avaliativo. 

O avaliador deve no entanto assumir a sua função de avaliador e sentir-se bem na sua realização, sabendo de antemão que não pode desvalorizar o processo avaliativo sob pena de desmotivar o profissional avaliado ou de tornar o processo avaliativo num processo vago. O avaliador deve ser uma pessoa aberta para acolher, compreender, ensinar e ajudar o profissional a melhorar os seus conhecimentos, as suas práticas, e os valores que fundamentam o seu modo de estar no exercício de suas funções. O avaliador precisa comumente possuir humildade para aprender com o avaliado a reflectir sobre a prática, gerando novas e úteis formas de saber estar contexto laboral. 

No contexto moçambicano e principalmente na função pública, nota-se o uso desta componente, na avaliação de desempenho dos colaboradores e a questão incessante é: até que ponto a pessoa que nos avalia é objectiva e não é influenciada por factores como corrupção, nepotismo, favoritismo por ai em diante. O nosso raciocínio é dirigido pela ideia de que, deve se prestar maior atenção à pessoa que avalia, para se averiguar se ostenta as qualidades que compõe o perfil de um bom avaliador de desenho. Tradicionalmente compete aos superiores avaliarem os seus subordinados, estando a avaliação sujeita a correcções posteriores para que os resultados finais sejam compatíveis com a política de promoções. (Chiavenato, 1999).

Esta abordagem tradicional é comum na avaliação de desempenho dos funcionários públicos e agentes do estado, porém,  como todo processo centralizador, as regras e normas burocráticas costumam tirar a liberdade e a flexibilidade das pessoas envolvidas no sistema. 
Esta avaliação de desempenho clássica, em que o superior hierárquico é que avalia o seus colaboradores ou subordinados, com base no desempenho individualizado e singular de cada pessoa; trabalha no particular. Mais ainda, provoca uma forte tendência à padronização do desempenho das pessoas, tentativa de eliminar suas diferenças individuais. (Chiavenato, 1999).

Esta abordagem, faz-nos perceber, que esta clássica maneira de avaliar o desempenho vem sendo abandonada como acima dissemos, por ter um carácter centralizador e monopolista, o que tem acontecido no contexto moçambicano, é que não se tem prestado muita atenção ao perfil do avaliador o que conduz a avaliações de desempenho não objectivas e baseadas na proximidade, nepotismo, entre outros aspectos, daí que podemos referir que mesmo que o país resolvesse remunerar os colaboradores segundo o desempenho, dificilmente seria um processo eficiente, pelo facto de muitas vezes, o avaliador não ter o perfil ideal ou não exercer com responsabilidade o papel de avaliador de desempenho. 

Os resultados da modalidade de avaliação do desempenho do funcionário por competência no contexto moçambicano trariam resultados muitíssimo satisfatórios na medida em que os funcionários avaliados percepcionam que a evolução profissional será benéfica não só para a empresa/organização, mas também para a carreira pessoal deles. No entanto, uma avaliação de desempenho responsável, para nós, seria aquela que procura de forma objectiva, ajudar o funcionário a melhorar o seu desempenho, incutindo nele novas maneiras de poder melhorar a sua performance, através de formações ou capacitações de curto ou médio prazo.

2.5. Sistemas de Avaliação de Desempenho (SAD)  em Moçambique

Para que a avaliação de desempenho não seja identificada somente como uma metodologia pontual de controlo de gestão dos colaboradores, é preciso integrá-la num SAD ao nível corporativo.

Para Caetano (2008b) o mais importante na criação e implementação de um SAD é melhorar o desempenho, a produtividade e a motivação; alinhar as actividades dos colaboradores com os objectivos estratégicos da organização; dar feedback e aconselhamento aos colaboradores sobre o seu desempenho e a sua carreira; aumentar a sustentabilidade da organização; constituir uma base para decidir sobre progressões, promoções, demissões e rescisões; constituir uma base para decidir sobre incentivos e recompensas e ainda identificar necessidades de formação.

2.5.1.      Gestão por Objectivos (GPO)

Segundo Franco (2009), a orientação das actividades dos colaboradores, tem como base os resultados futuros que se iniciam com a definição de objectivos organizacionais de longo prazo, posteriormente de curto prazo e por último os objectivos departamentais e individuais.

É importante os colaboradores perceberem a estratégia da empresa e a sua visão, pois os objectivos enquadram-se nesse contexto, principalmente os de longo prazo, já que os de curto prazo estão mais direccionados para as necessidades actuais da organização e são na sua maioria operacionais; já os departamentais têm que ver com a função de cada departamento em especifico em que cada um apresenta objectivos próprios e os individuais contribuem para o aumento das capacidades de cada trabalhador no seu posto de trabalho.

A GPO incide em três princípios psicológicos: conhecimento das expectativas, conhecimento dos resultados e aconselhamento. Isto significa que, o avaliado vai adquirindo periodicamente por parte do seu avaliador um feedback sobre o seu desempenho, permitindo assim o planeamento de medidas de correcção, ou se necessário, traçar novos objectivos.

2.5.2.      Importância dos Indicadores de Desempenho

De modo a alcançar a máxima utilidade um SAD deve ser apropriado e eficiente, perante cada um dos subsistemas, ou seja, se um subsistema não funciona, o processo de avaliação fica incompleto, impossibilitando decisões e acções fundamentadas (Kennerley e Neely, 2002).

Estes autores apresentam as seguintes características para os indicadores de avaliação de desempenho:

1.      Os indicadores individuais devem apresentar uma visão equilibrada do negócio;

2.      Os indicadores devem ser financeiros e não financeiros, internos e externos, de eficiência e de eficácia;

3.      Os indicadores utilizados devem proporcionar uma visão sucinta do desempenho organizacional, ou seja, devem ser simples e intuitivos;

4.      Devem ser multidimensionais, de modo a reflectir a necessidade de medir todas as áreas de desempenho importantes para o sucesso da organização;

5.      Os indicadores devem facilitar a compreensão da complexidade organizacional;

6.      Devem compreender as dimensões transversais da organização, com isto, ser funcionais, como também reflectir dimensões hierárquicas (ligando um ou mais níveis da organização), incentivando a coerência de objectivos e acções; e

7.      Os indicadores devem também demostrar, claramente, como a obtenção de resultados apresentam uma relação com os factores críticos.

2.5.3.      Limitações dos Sistemas de Avaliação de Desempenho 

Apesar de muitos benefícios que os SAD trazem para as empresas e seus colaboradores, também existem limitações nestes sistemas, que por vezes podem condicionar o seu bom funcionamento como é o caso:

·         Segundo Roberts (2003) é que os SAD, por vezes, promovem conflitos e competição entre trabalhadores, contribuindo para reduzir os níveis de performance dos trabalhadores, bem como subestimar a utilidade dos processos de trabalho como um todo e retirar importância ao trabalho de equipa no desempenho organizacional.

·         A outro nível, Kikoski (1999), citado por Cook e Crossman (2004), acredita que a entrevista anual é a principal limitação dos SAD.

·         O mesmo autor refere ainda como limitação o facto de os colaboradores terem como principal premissa o tipo de recompensa recebida.

Na elaboração de planos de acção para desempenhos insatisfatórios, o avaliador deve tomar em consideração o ambiente socioeconómico onde a empresa está inserida, as pessoas que fazem parte da organização e os papéis que estas desempenham na empresa. Fazendo-se o levantamento das necessidades, segue-se a programação dos treinamentos e por fim a análise dos resultados alcançados.

A importância das chefias no sucesso dos programas de treinamento é bastante importante, daí que deve ser um processo acompanhado de forma pormenorizada.  Para definir o grau de contribuição de cada colaborador para a organização; o avaliador deve de forma cuidadosa e com os instrumentos adequados (avaliação de desempenho) mensurar o contributo de cada um dos colaboradores da organização, portanto, a avaliação de desempenho é o meio através do qual a organização terá feedback em relação ao nível de produtividade do colaborador em causa.

A avaliação de desempenho eficiente é também responsável pela obtenção de subsídios para remuneração e promoção; Feita a avaliação de desempenho, cabe ao avaliador, dar feedback a empresa sobre os resultados da avaliação de desempenho dos funcionários em causa. Nesta ordem de ideias, pode-se inferir que sendo o avaliador um ser responsável e a quem os avaliados depositam enorme confiança, os resultados obtidos podem ditar o aumento do salário e ou subida de cargo.

O nível de eficácia do desempenho dos colaboradores, advém da capacidade do avaliador em identificar nos avaliados, aspectos satisfatórios e por outra diagnosticar necessidades de melhoria, que conduzirão à empresa na tomada de melhores decisões, visto que os colaboradores passam a executar as suas tarefas com eficácia, flexibilizando a produção e consequentemente incrementando a produtividade. O avaliador deve assim assumir a sua função e inspirar confiança e justiça no avaliado, sob pena de o resultados não serem percepcionados de forma unânime, o que levaria a tomada de decisões não abonatórias as ambas partes.

O avaliador deve ser uma pessoa aberta para acolher, compreender, ensinar e ajudar o profissional a melhorar os seus conhecimentos, as suas práticas, e os valores que fundamentam o seu modo de estar no exercício de suas funções. O avaliador precisa comumente possuir humildade para aprender com o avaliado a reflectir sobre a prática, gerando novas e úteis formas de saber estar no contexto laboral.

Note-se que a ineficiência, não objectividade, inobservância de normas de avaliação de desempenho emanadas por lei, a parcialidade, o não preparo psicossocial, o desconhecimento do objecto de avaliação, entre outros aspectos, põe em causa a operacionalização de melhorias e de tomada de melhores decisões na empresa ou organização.

Muito além do objecto de avaliação, o avaliador desempenha indispensável papel, na tomada de decisões, u a vez que através dos resultados objectivos pode-se desenhar acções de treinamento ou intervenções formativas com vista a melhoria de aspectos menos fortes. Daí, a pertinência do perfil do avaliador. O avaliador deve antes de mais, possuir competência instrucional e transversal suficiente ou superior ao avaliado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3.      Conclusão

Com  realização deste trabalho percebi que a avaliação de desempenho também presume que os padrões de desempenho foram estabelecidos e que você dará feedback ao funcionário para ajudá-lo e eliminar deficiências de desempenho ou manter seu bom nível de desempenho. Aliada a asserções dos autores acima enunciados, a avaliação de desempenho, pode ser percebida como um processo que visa apreciar o valor, eficiência e a qualidade do sujeito trabalhador, contribuindo para a tomada de melhores decisões para o colaborador em causa, seu grupo de trabalho e para a evolução da organização. Envolve o empregado e o seu superior, além de ser um excelente meio para localizar os pontos fracos e fortes dos colaboradores que por fim perfazem a postura social da organização, principalmente pelo facto de a percepção de justiça nos resultados variarem de pessoa para pessoa, daí, um instrumento bastante importante e que para o estímulo da produtividade da empresa, necessário se versa que seja objectiva, transparente e justa. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4.      Referência bibliográficas

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